Amnistia Internacional condena aumento de enforcamentos no Botswana
Nairobi, Quénia (PANA) - O primeiro ano de mandato do Presidente botswanês, Mokgweetsi Masisi, foi marcado por um aumento das execuções sumárias, nomeadamente quatro pessoas enforcadas desde a sua tomada de posse, declarou sexta-feira a Amnistia Internacional (AI).
"O aumento alarmante das execuções sob o reinado do Presidente Masisi lançou uma sombra glacial sobre a sua presidência", denunciou a diretora da AI para a África Oriental e Austral, Deprose Muchena.
Desde que o Presidente Masisi tomou posse há um ano, prosseguiu a AI, quatro pessoas foram enforcadas.
"Ao continuar a assinar mandados de execução, o Presidente Masisi demonstra desprezo para o direito à vida e opõe-se à tendência regional e global contra o castigo cruel e desumano", indignou-se.
O Botswana registou a sua primeira execução sob a era do Presidente Masisi em dezembro de 2019, apenas um mês depois de empossado, com o enforcamento de Mooketsi Kgosibodiba, que já se encontrava no corredor da morte, desde 2017, referiu-se.
Em fevereiro de 2020, Mmika Michael Mpe foi enforcado da mesma maneira que Moabi Seabelo Mabiletsa e Matshidiso Tshid Boikanyo foram enforcados, em março último, denunciou a AI.
O Presidente Masisi perdeu uma oportunidade de quebrar o ciclo de execuções no Botswana e demonstrar que a justiça pode ser feita sem recorrer à pena de morte. Nada prova que a pena de morte seja eficazmente dissuasiva contra o crime, considerou Muchena.
A justiça não se faz com a execução de pessoas, e o mundo afasta-se desta forma hedionda e degradante de punição, concluiu.
-0- PANA AO/RA/ASA/TBM/DIM/DD 31outubro2020