Alpha Condé e seus 26 colaboradores proibidos de sair da Guiné Conakry
Conakry, Guiné (PANA) - O ex-Presidente guineense Alpha Condé, e 26 dos seus colaboradores, acusados de "crimes de sangue", estão proibidos de sair do território nacional, até à nova ordem, soube a PANA de fonte judicial.
Foram dadas ordens à Polícia Aérea e de Fronteiras para impedir a sua eventual saída do território guineense, segundo a mesma fonte.
O ex-Presidente e os seus ex-colaboradores estão sob investigação por "assassinatos, ofensas corporais, violações sexuais, sequestros, incêndios, destruição e degradação de propriedade pública e privada".
Da lista dos 26 colaboradores do Presidente Condé, de 84 anos de idade, deposto a 5 de setembro pela junta mikitar no poder, constam, entre outros, Mohamed Lamine Bangoura, ex-presidente do Tribunal Constitucional, Amadou Damaro Camara, ex-presidente da Assembleia Nacional, bem como oficiais superiores da polícia e da gendarmaria.
Para vários observadores, a lista de ex-dignitários postos em causa pela Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), que apresentou a queixa, não é exaustiva.
Consideram ainda que o coronel Mamadi Doumbouya, lider da junta no poder, e que anteriormente chefiava o Grupo de Forças Especiais (GFS) do regime de Condé, e os seus homens foram os autores dos tiroteios em vários locais da capital onde intervinham.
Numa nota, a Procurador-Geral disse pressupor que organizadores das manifestações não autorizadas sejam levados a tribunais competentes.
A FNDC organizava periodicamente manifestações pacíficas para denunciar tentativas de emenda constitucional para permitir ao então chefe do Estado Alpha Condé disputar um terceiro mandato inconstitucional.
Estas agitações eram reprimidas pelas forças de segurança, acusadas de ter disparado com balas reais contra manifestantes que retorquiam à pedrada e vandalizando bens públicas e privadas.
-0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/DD 12maio2022