PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Alcoolismo entre principais causas de incapacidade laboral em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - O alcoolismo crónico figura entre as 10 patologias mais frequentes na determinação das incapacidades definitivas para o trabalho em Cabo Verde, de acordo com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Em dados divulgados terça-feira na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente, o INPS indica que este mal é responsável por uma parte importante do aumento em 27 porcento de pensionistas que, em 2015, beneficiaram de uma pensão por invalidez.
Falando durante uma conferência sobre “Alcoolismo e o seu impacto na saúde”, a
administradora executiva do INPS, Helena Mendonça, disse que, apesar de não existirem dados sobre o impacto concreto de cada patologia na atribuição de pensões por invalidez, as patologias provocadas pelo consumo exagerado do álcool figuram também entre as causas principais da incapacidade temporária.
Em 2015, foram processadas quatro mil e 201 baixas médicas, numa média de 34 dias subsidiados por cada baixa, indica a mesma fonte.
"O consumo do álcool pode ser considerado como uma questão de saúde pública, impondo elevados custos às famílias, aos empregadores e ao Estado", indignou-se Helena Mendonça.
Do seu lado, o médico José Sousa Santos, também presente na conferência, classificou o alcoolismo como "uma calamidade" que pode "destruir Cabo Verde", caso não sejam tomadas medidas.
"Têm-se notado um agravamento progressivo e um contacto mais precoce com o álcool na nossa sociedade", disse José Sousa Santos, citado pela agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress).
O álcool é a droga lícita mais consumida no país e as famílias reservam a mesma percentagem (dois porcento) do seu orçamento para despesas de saúde e para bebidas alcoólicas.
Os estudos apontam que a parte do orçamento familiar reservada para a compra de álcool é, às vezes, mais do dobro da destinada às despesas como a educação e que, nos últimos anos, mais de um terço dos doentes internados no único hospital psiquiátrico do país tem problemas ligados ao álcool.
Segundo dados divulgados na apresentação da campanha promovida, em julho último, pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, os Cabo-verdianos consumiam em média 'por habitante' 6,9 litros de álcool puro por ano, contra dados divulgados já este ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS), relativos a 2015, e que colocam esse valor em 7,2 litros.
Excluindo desta contabilidade os 61,4 porcento dos Cabo-verdianos que se declaram abstémios, o consumo médio por habitante sobe para 17,9 litros por ano.
Esses números indicam que Cabo Verde regista uma frequência superior à média africana de perturbações ligadas ao álcool (5,1 porcento) detendo, entre os países lusófonos africanos, a mais alta percentagem de mortes associadas a este produto (3,6 porcento).
Os dados assinalam ainda que o primeiro contacto com o álcool acontece em idades cada vez mais precoces, ou seja entre os sete e os 17 anos, sendo a escola o principal espaço de iniciação nesta prática.
-0- PANA CS/DD 30nov2016
Em dados divulgados terça-feira na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente, o INPS indica que este mal é responsável por uma parte importante do aumento em 27 porcento de pensionistas que, em 2015, beneficiaram de uma pensão por invalidez.
Falando durante uma conferência sobre “Alcoolismo e o seu impacto na saúde”, a
administradora executiva do INPS, Helena Mendonça, disse que, apesar de não existirem dados sobre o impacto concreto de cada patologia na atribuição de pensões por invalidez, as patologias provocadas pelo consumo exagerado do álcool figuram também entre as causas principais da incapacidade temporária.
Em 2015, foram processadas quatro mil e 201 baixas médicas, numa média de 34 dias subsidiados por cada baixa, indica a mesma fonte.
"O consumo do álcool pode ser considerado como uma questão de saúde pública, impondo elevados custos às famílias, aos empregadores e ao Estado", indignou-se Helena Mendonça.
Do seu lado, o médico José Sousa Santos, também presente na conferência, classificou o alcoolismo como "uma calamidade" que pode "destruir Cabo Verde", caso não sejam tomadas medidas.
"Têm-se notado um agravamento progressivo e um contacto mais precoce com o álcool na nossa sociedade", disse José Sousa Santos, citado pela agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress).
O álcool é a droga lícita mais consumida no país e as famílias reservam a mesma percentagem (dois porcento) do seu orçamento para despesas de saúde e para bebidas alcoólicas.
Os estudos apontam que a parte do orçamento familiar reservada para a compra de álcool é, às vezes, mais do dobro da destinada às despesas como a educação e que, nos últimos anos, mais de um terço dos doentes internados no único hospital psiquiátrico do país tem problemas ligados ao álcool.
Segundo dados divulgados na apresentação da campanha promovida, em julho último, pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, os Cabo-verdianos consumiam em média 'por habitante' 6,9 litros de álcool puro por ano, contra dados divulgados já este ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS), relativos a 2015, e que colocam esse valor em 7,2 litros.
Excluindo desta contabilidade os 61,4 porcento dos Cabo-verdianos que se declaram abstémios, o consumo médio por habitante sobe para 17,9 litros por ano.
Esses números indicam que Cabo Verde regista uma frequência superior à média africana de perturbações ligadas ao álcool (5,1 porcento) detendo, entre os países lusófonos africanos, a mais alta percentagem de mortes associadas a este produto (3,6 porcento).
Os dados assinalam ainda que o primeiro contacto com o álcool acontece em idades cada vez mais precoces, ou seja entre os sete e os 17 anos, sendo a escola o principal espaço de iniciação nesta prática.
-0- PANA CS/DD 30nov2016