Agência Panafricana de Notícias

Agentes de polícia processados por atos de violência na Guiné Conakry

Conakry, Guiné (PANA) - A Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), ponta-de-lança no protesto contra a alteração da lei fundamental na Guiné para o terceiro mandato do deposto Presidente Alpha Condé (2010-2021), anunciou ter depositado um queixa contra agentes da Polícia Nacional, por "atos de violência contra os seus membros."

Agentes da Brigada de Repressão do Grande banditismo Organizado (BRB) dispersaram recentemente várias pessoas presentes numa conferência de imprensa da FNDC, dos quais importantes membros brutalmente detidos e levados para a prisão antes de serem julgados por "desordem pública e insultos", e que no entanto foram absolvidos durante o julgamento.

A FNDC acredita que funcionários da BRB e seus agentes devem ser processados ​​por "violação das suas instalações, violência, tortura e prisões arbitrárias.

Anunciou que ações semelhantes serão tomadas contra mentores junto ao Alto Comissariado dos Direitos Humanos e do Conselho da Magistratura.

Num comunicado publicado quarta-feira, a FNDC exige a libertação de todos os detidos à margem do “sequestro dos nossos camaradas” e o tratamento médico efetivo a todos os feridos ao cargo da Comissão Nacional de Agrupamento para o Desenvolvimento (CNRD, junta militar no poder) desde 5 de setembro de 2021, data em que derrubou o então Presidente da República, Alpha Condé, que iniciava um terceiro e controverso mandato à frente do país.

A FNDC convoca os “cidadãos pró-democracia” a se mobilizarem mais e se envolverem a nível de antenas e células cidadãs em municípios, prefeituras, bairros, distritos e setores para as próximas ações.

Criado em 2019, a FNDC, que organizou manifestações não autorizadas que causaram várias vítimas e feridos para denunciar a mudança na Constituição, que permitira a Alpha Condé disputar um terceiro mandato, também critica a junta no poder por querer eternizar-se no poder após ter proposto 39 meses de transição, reduzidos para 36 pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), mas rejeitados por atores sociopolíticos.

Este último congratulou-se com a decisão da 61.ª Cimeira de Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada recentemente em Accra (Gana), de nomear como medianeiro na crise no Mali o ex-Presidente do Benin, Thomas Yayi Boni (2006-2016).

-0- PANA AC/JSG/MAR/DD 14julho202