Agência Fitch prevê recuo de 14 por cento em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) - A economia de Cabo Verde deverá recuar 14%, uma vez que a pandemia de covid-19 vai afetar severamente o arquipelago devido à predominância do turismo, que vale 23% do PIB do pais, estimou sábado último Fitch Ratings, agência de notação financeira.
Num relatório sobre a evolução das economias da África Subsariana nos últimos meses, Fitch Ratings acrescentou no entanto que a dívida pública do arquipélago cabo-verdiano deverá aumentar bruscamente para 157,1 por cento em 2020, bem acima da média de 52 por cento dos países soberanos, a que a agência de notação financeira dá o rating de B.
“Esperamos que o financiamento da dívida venha dos parceiros multilaterais e bilaterais, com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial a darem 37,3 milhões de dólares em abril”, acrescentam analistas.
Frisaram que a dívida sobe “devido às medidas de estímulo do Governo e à forte contração nominal do PIB” e que, por isso, “será mais caro servir a dívida e haverá riscos de refinanciamento.”
A dívida externa, ainda que elevada, “é mitigada por termos favoráveis, como a maturidade média nos 30,5 anos, taxas de juro baixas e com o apoio da indexação do escudo ao euro”, lê-se no relatório.
Para além disso, Cabo Verde tem um desempenho melhor que a média dos países com rating de B e BB nos indicadores de governação, refletindo instituições fortes e transições políticas pacíficas, a que se junta uma forte estabilidade política e de governação que ajuda a atrair financiamento concessional, isto é, abaixo das taxas de juro praticadas na banca comercial, indicou a Fitch Ratings.
Entretanto, a agência prevê uma ligeira recuperação do turismo em 2021, esperando que Cabo Verde cresça 8,5 por cento para o ano de 2021.
-0- PANA CS/DD 14junho2020