Aeroportos cabo-verdianos recuperam da paragem devida à covid-19
Praia, Cabo Verde (PANA) - Aeroportos cabo-verdianos mantiveram, em novembro, com a movimentação de quase 25 mil 500 passageiros, a tendência de recuperação mensal, após a paragem quase total até julho último, provocada pela pandemia da covid-19, apurou a PANA, sexta-feira, de fonte segura.
De acordo com um boletim de tráfego da empresa pública, Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), os aeroportos de Cabo Verde, que já perderam mais de um milhão e 700 mil passageiros em 2020, receberam no mês em curso 725 aeronaves, ou seja, menos 75 por cento face a 2019, e 25 mil 453 passageiros em embarques, desembarques e trânsito (-89,5 por cento face a 2019).
De um modo geral, os aeroportos de Cabo Verde atingiram, nos 11 meses de 2020, uma quebra de passageiros de 70,5 por cento, ou seja, menos um milhão 774 mil 207 passageiros face ao mesmo período de 2019, apesar da recuperação do movimento que se registou todos os meses depois da suspensão em finais de março último dos voos domésticos (até 15 de julho último) e dos voos internacionais comerciais (até 12 de outubro último), para conter a transmissão da covid-19.
De acordo com dados da empresa pública que administra infraestruturas aéreoportuárias do arquipélago, de janeiro a novembro de 2019, o movimento em embarques, desembarques e trânsito ascendeu a dois milhões 515 mil 500 passageiros, mas caiu no mesmo período de 2020 para 741 mil 293, dos quais 510 mil 248 provenientes de voos internacionais e os restantes de voos domésticos.
O Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, a mais turística de Cabo Verde e que tem registado um movimento anual acima de um milhão de passageiros, contou em novembro com apenas 273 pessoas transportadas em voos internacionais e dois mil 287 em voos domésticos.
No mesmo mês de 2019, o aeroporto tinha movimentado, no total, 105 mil 430 passageiros.
Por sua vez, a FIR Oceânica do Sal (região de informação de voo) controlou em novembro 57 aeronaves por dia, em média, em passagem no espaço aéreo gerido por Cabo Verde, ou seja, o valor mais alto desde março último, mês do início da pandemia.
Segundo dados do boletim de tráfego da ASA), Cabo Verde controlou mil 727 aeronaves em novembro último, contra os quatro mil 711 no mesmo mês de 2019 (-63,3 por cento).
Em março último, o movimento de aeronaves na FIR Oceânica do Sal já tinha caído 30 por cento para três mil 566 aeronaves, mas seguiram-se meses de mínimos históricos: 512 aviões em abril, 622 em maio, 831 em junho e 999 em julho.
A recuperação acelerou em agosto e setembro último, para respetivamente mil 114 e mil 295 aviões controlados a partir do Sal, no espaço aéreo gerido por Cabo Verde, subindo em outubro para mil 665.
O pico histórico mensal do movimento na FIR Oceânica do Sal, que funciona no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, naquela ilha, e que foi inaugurado a 24 de junho de 2004, registou-se em julho de 2019, com um total de cinco mil 424 aeronaves controladas, equivalentes a 175 sobrevoos diários.
A gestão desta FIR é uma das principais fontes de receitas do setor aeronáutico de Cabo Verde.
Os rendimentos da ASA com o setor da navegação aérea cresceram 19 por cento de 2017 para 2018, para dois mil 945 milhões de escudos (26,6 milhões de euros), equivalentes a 43 por cento de todas as receitas da empresa pública, que gere os aeroportos do país.
-0- PANA CS/DD 11dez2020