PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
AI defende força de segurança imparcial na Côte d'Ivoire
Paris, França (PANA) – Um responsável da Amnistia Internacional (AI), Salvatore Saguès, defendeu esta sexta-feira, em Paris, uma força de segurança “imparcial” e o desmantelamento das milícias na Côte d’Ivoire.
"O país deve passar por esta etapa para recuperar a tranquilidade. A chave da situação atual é criar uma força de segurança ivoiriense imparcial que proteja a população e que não tolere atos como os que descrevemos », indicou Saguès, investigador sobre a África Ocidental da Amnistia Internacional, numa entrevista à PANA na capital francesa.
Na sua ótica, o desmantelamento das milícias permitirá diminuir o sentimento de medo e aumentar o sentimento de segurança.
Ele considerou que gastar biliões de dólares americanos para a reconstrução das infraestruturas do país é bom mas é preciso também garantir a segurança da população.
Num relatório divulgado quinta-feira e intitulado « Queremos Regressar às Nossas Casas, Mas não Podemos », a AI demonstrou como as Forças Republicanos da Côte d'Ivoire (FRCI) e as milícias Dozos continuam a perpetrar homicídios e alvejar pessoas unicamente devido à sua pertença étnica, mesmo após a investidura do Presidente ivoiriense, Alassane Ouattara, a 21 de maio últitmo
«Apesar da detenção do ex-Presidente ivoiriense Laurent Gbagbo, mais de 500 mil Ivoirienses deslocados fugiram da sua terra e não ousam regressar pois o nível de insegurança continua muito grande e isto é um fator de instabilidade que pode fomentar mais tarde distúrbios ainda mais importantes. O mais grave é que a força da Polícia e da Gendarmaria quase que desapareceu », sublinhou Saguès.
No seu relatório, a AI afirma que a liberdade com a qual agem a milícia Dozos, acusada de perpetuar um clima de medo, demonstra que o seu comportamento é tolerado ou é mesmo encorajado pelas FRCI.
« Em 20 anos de presença na Côte d’Ivoire, a AI defendeu todo mundo. O que defendemos agora é que o desmantelamento das milícias pode ser uma forte indicação e que haja, depois, a um desdobramento das forças da Polícia e da Gendarmaria para tranquilizar a população“, explicou o investigador que refutou alegações de parcialidade.
Salvator Saguès reconhece que existe uma vontade declarada de luta contra a impunidade por parte das autoridades ivoirienses.
«Ouattara continua a afirmar que ninguém será poupado na busca da Justiça. O que pedimos agora são sinais. Publicamos informações muito graves que haja imediatamente inquéritos sobre estas informações, que as pessoas responsáveis sejam suspensas das suas funções que as Dozos cessem de ser posicionadas em postos de controlo, que a Operação das Nações Unidas na Côte d’Ivoire (ONUCI) esteja mais presente e que a força internacional seja mais imparcial e que garanta a proteção de todos”, desejou.
Ele advertiu que se nada disto for feito, "dirigimo-nos para uma Justiça de vencedores onde Laurent Gbagbo e os seus adeptos serão julgados por crimes graves que eles cometeram e onde os apoiantes de Ouattara que cometeram atos graves poderão escapar à Justiça ».
-0- PANA BM/JSG/FK/DD 29julho2011
"O país deve passar por esta etapa para recuperar a tranquilidade. A chave da situação atual é criar uma força de segurança ivoiriense imparcial que proteja a população e que não tolere atos como os que descrevemos », indicou Saguès, investigador sobre a África Ocidental da Amnistia Internacional, numa entrevista à PANA na capital francesa.
Na sua ótica, o desmantelamento das milícias permitirá diminuir o sentimento de medo e aumentar o sentimento de segurança.
Ele considerou que gastar biliões de dólares americanos para a reconstrução das infraestruturas do país é bom mas é preciso também garantir a segurança da população.
Num relatório divulgado quinta-feira e intitulado « Queremos Regressar às Nossas Casas, Mas não Podemos », a AI demonstrou como as Forças Republicanos da Côte d'Ivoire (FRCI) e as milícias Dozos continuam a perpetrar homicídios e alvejar pessoas unicamente devido à sua pertença étnica, mesmo após a investidura do Presidente ivoiriense, Alassane Ouattara, a 21 de maio últitmo
«Apesar da detenção do ex-Presidente ivoiriense Laurent Gbagbo, mais de 500 mil Ivoirienses deslocados fugiram da sua terra e não ousam regressar pois o nível de insegurança continua muito grande e isto é um fator de instabilidade que pode fomentar mais tarde distúrbios ainda mais importantes. O mais grave é que a força da Polícia e da Gendarmaria quase que desapareceu », sublinhou Saguès.
No seu relatório, a AI afirma que a liberdade com a qual agem a milícia Dozos, acusada de perpetuar um clima de medo, demonstra que o seu comportamento é tolerado ou é mesmo encorajado pelas FRCI.
« Em 20 anos de presença na Côte d’Ivoire, a AI defendeu todo mundo. O que defendemos agora é que o desmantelamento das milícias pode ser uma forte indicação e que haja, depois, a um desdobramento das forças da Polícia e da Gendarmaria para tranquilizar a população“, explicou o investigador que refutou alegações de parcialidade.
Salvator Saguès reconhece que existe uma vontade declarada de luta contra a impunidade por parte das autoridades ivoirienses.
«Ouattara continua a afirmar que ninguém será poupado na busca da Justiça. O que pedimos agora são sinais. Publicamos informações muito graves que haja imediatamente inquéritos sobre estas informações, que as pessoas responsáveis sejam suspensas das suas funções que as Dozos cessem de ser posicionadas em postos de controlo, que a Operação das Nações Unidas na Côte d’Ivoire (ONUCI) esteja mais presente e que a força internacional seja mais imparcial e que garanta a proteção de todos”, desejou.
Ele advertiu que se nada disto for feito, "dirigimo-nos para uma Justiça de vencedores onde Laurent Gbagbo e os seus adeptos serão julgados por crimes graves que eles cometeram e onde os apoiantes de Ouattara que cometeram atos graves poderão escapar à Justiça ».
-0- PANA BM/JSG/FK/DD 29julho2011