Agência Panafricana de Notícias

ADEA relança Prémio Africano de Jornalismo em Educação

Kinshasa, RD Congo (PANA) – A sexta edição do Prémio Africano de Jornalismo em Educação (PAJE) “Akintola Fatoyinbo” terá finalmente lugar em fevereiro próximo, na capital burkinabe, Ouagadougou, depois da interrupção registada desde a sua última atribuição em 2008, soube a PANA junto dos seus organizadores.

Promovido pela Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA), o Prémio, inicialmente concebido para periodicidade anual, deverá coincidir nesta nova edição com a primeira “Trienal da Educação em África”, antes programada para este ano mas depois adiada para 2012, também em Ouagadougou.

A ADEA diz ter iniciado a mobilizar redes de potenciais candidatos, priorizando a circulação da informação na imprensa africana sobre a próxima edição do PAJE, com vista a obter uma “participação recorde” para compensar o atraso registado nos últimos anos.

“Trata-se, pois, de utilizar todos os meios ao nosso alcance, para encorajar a participação de um maior número de jornalistas, submetendo os seus artigos publicados na imprensa africana até 31 de agosto de 2011”, indicou a fonte numa correspondência transmitida à PANA em Kinshasa, sem no entanto precisar as razões do atraso registado.

O Prémio já foi atribuído a 22 jornalistas africanos desde a sua criação pela ADEA em 2001. No início, limitava-se à imprensa escrita africana francófona e anglófona, antes de ser alargado também ao jornalismo de expressão portuguesa, a partir de 2005.


Foi organizado em edições anuais até 2004, quando passou a ter periodicidade bianual para coincidir com os encontros bienais da Educação da ADEA até 2008.

O galardão leva o nome do seu fundador, o jornalista nigeriano Akintola Fatoyinbo, tido como “um especialista africano dedicado à comunicação para o desenvolvimento”.

Primeiro coordenador do Grupo de Trabalho sobre Comunicação para a Educação e Desenvolvimento (GTCOMED) da ADEA, Akintola Fatoyinbo (1943-2002) participou também, entre outras intervenções, na criação do Projeto Oeste-Africano de Desenvolvimento das Agências Noticiosas (WANAD, sigla em inglês), lançado pela UNESCO e financiado pela Alemanha.

Já nessa altura, ele defendia a especialização e uma formação adequada dos jornalistas africanos no domínio da Educação, e a necessidade de melhorar a comunicação no seio dos Ministérios africanos da Educação e entre estes e a imprensa.

Com o seu desaparecimento físico em dezembro de 2002, na capital tanzaniana, Dar es Salam, a ADEA decide dedicar-lhe o Prémio Africano de Jornalismo em Educação, como forma de “homenagear a sua visão e o seu combate pela profissionalização, pela especialização e pela excelência dos órgãos de Comunicação Social africanos”.

Segundo os seus organizadores, o objetivo do PAJE é “recompensar os melhores artigos sobre Educação em África”, devendo esta sexta edição privilegiar os trabalhos ligados ao tema “Educar e Formar para o Desenvolvimento Sustentável”.

O seu regulamento estabelece que são elegíveis ao galardão, que prevê uma recompensa pecuniária de quatro mil euros para os primeiros classificados em cada uma das três línguas admitidas, todos os “jornalistas profissionais africanos” da imprensa escrita.

Os autores trabalhos que ocuparem a segunda posição terão direito a dois mil euros cada um, para além de outras recompensas gerais não pecuniárias como convites para estágios de formação e promoção nos média africanos e internacionais para todos os vencedores.

Os jornalistas lusófonos são particularmente encorajados a concorrer ao Prémio para, segundo os organizadores, inverter o quadro da sua aparente "indiferença" criado ao longo das edições anteriores.

-0- PANA IZ 02ago2011