9,2 milhões de Africanos vivem como escravos, diz estudo
Dakar, Senegal (PANA) - Há cerca de nove milhões e 200 mil Africanos a viverem como escravos no continente e no mundo, revelou sexta-feira, em Dakar, a coordenadora do movimento pan-africano, Africans Rising (Desenvolvimento Africano), Coumba Touré, com base no Índice Mundial de Escravatura de 2018.
Em conferência de informação sobre o Dia da Libertação de África (25 de Maio) com estudantes pan-africanos de jornalismo da Escola Superior de Jornalismo e Profissões de Internet e Comunicação (E-JICOM), Coumba frisou que a escravatura ainda assola em África, continente com a maior taxa de escravatura moderna do mundo.
A 56.ª edição da celebração do dia de África decorre sob o lema "Os Africanos não estão à venda: Bastam o tráfico de seres humanos e a escravatura".
O evento pretende apelar a todos os Africanos, organizações da sociedade civil, jovens e associações para combaterem este flagelo.
As sociedades africanas continuam a enfrentar uma vida de exploração, especialmente em países onde as pessoas são conhecidas por serem descendentes de escravos e tratadas como propriedades pelos seus senhores.
A escravidão baseada na descendência ainda é generalizada em países africanos como Níger, Tchad, Mauritânia, Sudão, Líbia e Mali, lamentou.
De acordo com a African Rising, a maioria das vítimas do tráfico de negros, grupos particularmente vulneráveis como crianças, realizam trabalho doméstico, enquanto mulheres são mantidas como trabalhadoras domésticas não remuneradas e são exploradas sexualmente.
O Africans Rising apela, pois, a todos os Africanos para que atuem e ponham fim a este flagelo.
Desde 1963, o Dia da Libertação da África tem sido celebrado para assinalar a determinação dos povos da África a se libertarem da dominação e exploração estrangeiras.
"Hoje, este objetivo mantém-se, mas inclui a nossa determinação a nos libertar da exploração e assegurar uma vida melhor para todos os Africanos", acrescentou a Coumba.
O Africans Rising é um movimento pan-africano de pessoas e organizações que trabalham pela justiça, paz e dignidade, para promover uma solidariedade comum e a vontade do povo africano de construir o futuro que os Africanos querem, o do direito à paz, da inclusão social e da prosperidade partilhada.
-0- PANA KAN/TBM/SOC/CJB/DD 25maio2019