PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
79 alunos raptados por separatistas no Noroeste dos Camarões
Yaoundé, Camarões (PANA) – No total 79 alunos e três responsáveis da Escola Secundária Presbiterana de Bamenda, na província do Noroeste dos Camarões, foram raptados segunda-feira por separatistas da Ambazónia (sudoeste).
Num vídeo publicado pelos raptores, pode ver-se jovens rapazes assustados que se apresentam alternadamente, dizendo não saber onde estão.
Um dos raptores explica-lhes que "doravante vocês já não vão à escola e devem combater até ao fim do conflito que nos opõe às forças de defesa dos Camarões".
Uma reunião de crise realizou-se no mesmo dia em Yaoundé com vista a encontrar os jovens reféns raptados bem como o principal responsável do estabelecimento, um docente e um motorista, provavelmente sequestrados também.
Este rapto é, até ao momento, o grande incidente ocorrido nas províncias do Noroeste e do Sudoeste que estão, há dois anos, confrontadas com uma crise que já provocou várias centenas de mortos, bem como danos materiais avultados, nomeadamente aldeias e escolas incendiadas e mais de 300 mil deslocados.
O mesmo aconteceu na véspera da prestação de juramento do Presidente da República, Paul Biya, declarado vencedor das eleições presidenciais de 7 de outubro último com mais de 71 porcento de votos.
Paul Biya, no poder há 36 anos, vai continuar a dirigir o país para um mandato de mais sete anos.
Ao proceder àquilo que os secessionistas chamaram "anexão", o primeiro Presidente camaronês, Ahmadou Ahidjo (de 1960 a 1982), afirmou que esta parcela do território cabia ao Estado anterior tal foi o caso antes do primeiro conflito mundial.
Quer para o Governo de Ahidjo quer para o de Biya, o período 1916-1961 só foi finalmente um parêntesis na longa história moderna dos Camarões, parêntesis que fechará definitivamente Biya em 1984 ao apagar qualquer referência à partição anterior do país na sua denominação de "República Unida dos Camarões" que evoluiu para "República dos Camarões".
A 1 de outubro de 2017, Sisiku Ayuk, líder independentista, declarou de maneira simbólica a independência da República da Ambazónia, desencadeando uma repressão pelas forças da ordem que saldou em mortos, feridos, motins, barricadas, manifestações, recolher obrigatório.
Em janeiro de 2018, a Nigéria acolheu entre sete mil e 30 mil refugiados ligados ao conflito e à repressão devido a esta declaração de independência de Ambazónia, formada pelas atuais regiões camaronesas do Sudoeste e Noroeste dos Camarões.
Os habitantes desta região, de 43 mil 700 quilómetros quadrados, situada entre a Nigéria, a oeste e norte, o resto dos Camarões, a leste, e o Oceano Atlântico, a sul, são essencialmente anglófonos.
Segundo o censo de 2005 (último efetuado), eles são três milhões e 47 mil 32 habitantes, ou seja 17,4 porcento da população camaronesa.
-0- PANA EB/TBM/FK/DD 6nov2018
Num vídeo publicado pelos raptores, pode ver-se jovens rapazes assustados que se apresentam alternadamente, dizendo não saber onde estão.
Um dos raptores explica-lhes que "doravante vocês já não vão à escola e devem combater até ao fim do conflito que nos opõe às forças de defesa dos Camarões".
Uma reunião de crise realizou-se no mesmo dia em Yaoundé com vista a encontrar os jovens reféns raptados bem como o principal responsável do estabelecimento, um docente e um motorista, provavelmente sequestrados também.
Este rapto é, até ao momento, o grande incidente ocorrido nas províncias do Noroeste e do Sudoeste que estão, há dois anos, confrontadas com uma crise que já provocou várias centenas de mortos, bem como danos materiais avultados, nomeadamente aldeias e escolas incendiadas e mais de 300 mil deslocados.
O mesmo aconteceu na véspera da prestação de juramento do Presidente da República, Paul Biya, declarado vencedor das eleições presidenciais de 7 de outubro último com mais de 71 porcento de votos.
Paul Biya, no poder há 36 anos, vai continuar a dirigir o país para um mandato de mais sete anos.
Ao proceder àquilo que os secessionistas chamaram "anexão", o primeiro Presidente camaronês, Ahmadou Ahidjo (de 1960 a 1982), afirmou que esta parcela do território cabia ao Estado anterior tal foi o caso antes do primeiro conflito mundial.
Quer para o Governo de Ahidjo quer para o de Biya, o período 1916-1961 só foi finalmente um parêntesis na longa história moderna dos Camarões, parêntesis que fechará definitivamente Biya em 1984 ao apagar qualquer referência à partição anterior do país na sua denominação de "República Unida dos Camarões" que evoluiu para "República dos Camarões".
A 1 de outubro de 2017, Sisiku Ayuk, líder independentista, declarou de maneira simbólica a independência da República da Ambazónia, desencadeando uma repressão pelas forças da ordem que saldou em mortos, feridos, motins, barricadas, manifestações, recolher obrigatório.
Em janeiro de 2018, a Nigéria acolheu entre sete mil e 30 mil refugiados ligados ao conflito e à repressão devido a esta declaração de independência de Ambazónia, formada pelas atuais regiões camaronesas do Sudoeste e Noroeste dos Camarões.
Os habitantes desta região, de 43 mil 700 quilómetros quadrados, situada entre a Nigéria, a oeste e norte, o resto dos Camarões, a leste, e o Oceano Atlântico, a sul, são essencialmente anglófonos.
Segundo o censo de 2005 (último efetuado), eles são três milhões e 47 mil 32 habitantes, ou seja 17,4 porcento da população camaronesa.
-0- PANA EB/TBM/FK/DD 6nov2018