Agência Panafricana de Notícias

500 quilos de cocaína comprados em Cabo Verde apreendidos na Espanha

Praia, Cabo Verde (PANA) - Quinhentos quilos de de cocaína, comprados em Cabo Verde, foram aprrendidos na semana passada pela polícia espanhola, no alto mar, perto das ilhas Canárias (Espanha), revelou esta terça-feira o jornal cabo-verdiano A Nação, na sua edição em linha.

De acordo com o períodico, a droga estava a bordo de um iate britânico, denominado ‘Maid of Orleans’, intercetado há cerca de um mês perto das ilhas Canárias com 500 quilos de cocaína a bordo, avaliados em cerca de quatro milhões de contos (ou seja 36,3 milhões de euros), a preço de mercado.

“Até aqui não nada que nos interesse, mas uma informação confirmada pelo Ministério do Interior espanhol muda o cenário, fazendo sobressair o papel relevante que a máfia cabo-verdiana teve no esquema. A meia tonelada de cocaína escondida no fundo falso do iate foi comprada em Cabo Verde”, escreve o “Nação”.

O periódico considera que “este simples facto agrava a referência do arquipélago cabo-verdiano, que passa de mero “país de trânsito” para “país armazém” de droga pesada.

Isso não obstante o golpe infringido ao narcotráfico pela Lancha Voadora e por outras operações que levaram à apreensão no país de grandes quantidades de estupefacientes, bem como a detenção e condenação dos cabecilhas das redes de narcotráfico.

O jornal, com base na informação divulgada pela Polícia Espanhola, revela que a cocaína guardada em Cabo Verde e embalada em pacotes de um quilo com destino às vizinhas ilhas Canárias foi comprada por um Irlandês identificado como Kenneth C., e por mais quatro estrangeiros, dios quais um Americano, dois Espanhóis e uma Australiana.

Este grupo contrabandista, de acordo com a Espanha, vinha, há algum tempo, operando em Cabo Verde, onde comprava cocaína vinda da América do Sul e a distribuía na Europa via as Canárias.

“A droga estava armazenada em Cabo Verde, onde posteriormente faziam o embarque para o arquipélago das Canárias que a colocava nos principais mercados europeus a preços muito mais elevados (média de 35 mil euros o quilo)”, informaram as autoridades hispânicas, citadas pela comunicação social de diversos países.

A rede estava sendo vigiada há muito, até quando, semanas atrás, os seus membros foram surpreendidos no alto mar, perto das Canárias, por uma equipa da polícia especializada de Espanha.

“Quando os agentes entraram no iate encontraram 500 pacotes, contendo cada um pó branco suspeito que em seguida foi identificado como cocaína. A equipa da polícia também encontrou duas metralhadoras, jóias e outros objetos de valor estimados em cerca de 135 mil euros e recuperou 40 mil euros vivos na posse dos suspeitos. E não era tudo: as autoridades também encontraram dois veículos de luxo e equipamentos de telecomunicações de alta tecnologia no interior da embarcação”.

O A Nação diz saber que, entre os detidos, estarão barões cabo-verdianos procurados pelas polícias da Espanha, dos Países Baixos, da França e de Portugal.

“Até ao momento, este jornal não pôde confirmar, de fonte segura, os nomes dos ‘capos’ crioulos detidos”, rescreve o jornal, precisando que pode, sim, avançar que pelo menos quatro deles são conhecidos como “empresários” da ilha cabo-verdiana de Santiago, com investimentos feitos nas cidade de Assomada e da Praia, mais precisamente no bairro de Palmarejo.

-0- PANA CS/DD 17dez2013