PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
5 suspeitos de tentativa de rapto do Presidente presos em São Tomé e Príncipe
São Tome, São Tomé e Príncipe (PANA) - Dois cidadãos são-tomenses e três espanhóis estão em prisão preventiva na capital de São Tomé e Príncipe, por suspeita de tentativa de sequestro do Presidente da República, Evaristo Carvalho, e outros dirigentes do país, soube-se de fonte judiciária em São Tomé.
Os cinco indivíduos teriam também tentado raptar o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), José da Graça Diogo, e matar o primeiro-ministro Patrice Trovoada.
Segundo o juiz de instrução criminal que decretou a prisão preventiva, os cinco suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) sábado, 04, nas imediações do Palácio do Morro da Trindade, residência oficial do Presidente da República.
A decisão do juiz de instrução foi divulgada 12 horas após a audição, mas os advogados de defesa denunciaram que este interrogatório decorreu "sob coação", devido alegadamente à presença de "polícias armados dentro da sala de audiência".
Os advogados reclamaram ainda contra o facto de os suspeitos terem alegadamente ficado algemados por 12 horas, o que consideraram "exagero e violação dos direitos humanos".
Segundo o Governo são-tomense, através de um comunicado, os cinco indivíduos em causa prepararam um "ato terrorista que visava o sequestro dos Presidentes da República e da Assembleia Nacional, designadamente Evaristo Carvalho e José da Graça Diogo, e a eliminação física do primeiro-ministro Patrice Trovoada".
Destacando "a firmeza das forcas de segurança que abortaram o plano e ato terroristas”, com a ajuda da Interpol (Polícia Internacional), a nota indica que os suspeitos "atuavam no país como mercenários" e tinham na sua posse "material bélico, facas de mato, granadas, binóculos e óculos de visão noturna e uniformes estrangeiros com distintivos nacionais".
A sua prisão preventiva foi justificada pelo tribunal de instrução pelo facto de que a sua eventual libertação sob Termo de Identidade e Residência (TIR) "poderia embaraçar a recolha de mais elementos de prova para o processo".
Os cinco arguidos estão a ser defendidos por quatro advogados que se recusaram a falar sobre a decisão do tribunal de instrução, mas que lamentaram o "tratamento [sobre os detidos] que roça a violação dos direitos humanos" por parte dos elementos de segurança.
Os advogados, que não quiseram identificar-se, citaram o facto de os detidos terem ficado durante todo o período da manhã "de mãos algemadas voltadas para as costas", para além da presença no gabinete do juiz de pelo menos "três seguranças fortemente armados, facto nunca visto", enquanto decorria a audição.
Enquanto isso, um dos advogados que estava ao serviço do Consulado de Espanha na capital são-tomense lamentou também o facto de, apesar da autorização do juiz, os seguranças não terem permitido que ele conversasse com os detidos espanhóis, cujas famílias deveriam "ser postas ao corrente da situação em que eles se encontram em São Tomé".
Albertino Fernandes, antigo ministro da Juventude e Desportos no Governo de coligação liderado por Gabriel Costa, em 2013, e um antigo operativo do extinto Batalhão Búfalo da Africa do Sul são os dois cidadãos são-tomenses que fazem parte do grupo de suspeitos.
As identidades dos três cidadãos espanhóis não foram divulgadas, mas sabe-se que o Batalhão Búfalo, também conhecido como Batalhão 32 do Exército da África do Sul, era formado por mercenários que durante o regime do apartheid lutou em Angola ao lado das forças armadas invasoras sul-africanas contra as tropas governamentais angolanas.
No seu comunicado, o Governo são-tomense referiu, quarta-feira, ter acionado "imediatamente os mecanismos internacionais de entreajuda em casos semelhantes com países amigos e a Interpol que responderam prontamente na assistência à Procuradoria Geral da República e à Polícia Judiciária, face à gravidade da situação e dos atos perpetrados até então".
Na mesma nota, o Executivo de Patrice Trovoada assegurou ter "o controlo total do país".
Esta é a segunda tentativa de subversão da ordem constitucional anunciada pelo Governo em menos de dois meses, em São Tomé e Príncipe, depois da denunciada a 21 junho passado.
Na altura, o Governo anunciou a detenção do deputado do MLSTP-PSD (principal oposição) e ex-ministro da Agricultura, Gaudêncio Costa, e o sargento Ajax Managem, das Forças Armadas, por "tentativa de subversão da ordem constitucional".
Também acusados de tentarem eliminar fisicamente o primeiro-ministro Patrice Trovoada, estes foram mais tarde postos em liberdade sob TIR pelo juiz de instrução criminal, que alegou "falta de provas" para manter os dois acusados em prisão preventiva.
A Presidência da República ainda não se pronunciou sobre o assunto e o Governo também ainda não fez nenhuma declaração oficial.
-0- PANA RMG/IZ 11agosto2018
Os cinco indivíduos teriam também tentado raptar o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), José da Graça Diogo, e matar o primeiro-ministro Patrice Trovoada.
Segundo o juiz de instrução criminal que decretou a prisão preventiva, os cinco suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) sábado, 04, nas imediações do Palácio do Morro da Trindade, residência oficial do Presidente da República.
A decisão do juiz de instrução foi divulgada 12 horas após a audição, mas os advogados de defesa denunciaram que este interrogatório decorreu "sob coação", devido alegadamente à presença de "polícias armados dentro da sala de audiência".
Os advogados reclamaram ainda contra o facto de os suspeitos terem alegadamente ficado algemados por 12 horas, o que consideraram "exagero e violação dos direitos humanos".
Segundo o Governo são-tomense, através de um comunicado, os cinco indivíduos em causa prepararam um "ato terrorista que visava o sequestro dos Presidentes da República e da Assembleia Nacional, designadamente Evaristo Carvalho e José da Graça Diogo, e a eliminação física do primeiro-ministro Patrice Trovoada".
Destacando "a firmeza das forcas de segurança que abortaram o plano e ato terroristas”, com a ajuda da Interpol (Polícia Internacional), a nota indica que os suspeitos "atuavam no país como mercenários" e tinham na sua posse "material bélico, facas de mato, granadas, binóculos e óculos de visão noturna e uniformes estrangeiros com distintivos nacionais".
A sua prisão preventiva foi justificada pelo tribunal de instrução pelo facto de que a sua eventual libertação sob Termo de Identidade e Residência (TIR) "poderia embaraçar a recolha de mais elementos de prova para o processo".
Os cinco arguidos estão a ser defendidos por quatro advogados que se recusaram a falar sobre a decisão do tribunal de instrução, mas que lamentaram o "tratamento [sobre os detidos] que roça a violação dos direitos humanos" por parte dos elementos de segurança.
Os advogados, que não quiseram identificar-se, citaram o facto de os detidos terem ficado durante todo o período da manhã "de mãos algemadas voltadas para as costas", para além da presença no gabinete do juiz de pelo menos "três seguranças fortemente armados, facto nunca visto", enquanto decorria a audição.
Enquanto isso, um dos advogados que estava ao serviço do Consulado de Espanha na capital são-tomense lamentou também o facto de, apesar da autorização do juiz, os seguranças não terem permitido que ele conversasse com os detidos espanhóis, cujas famílias deveriam "ser postas ao corrente da situação em que eles se encontram em São Tomé".
Albertino Fernandes, antigo ministro da Juventude e Desportos no Governo de coligação liderado por Gabriel Costa, em 2013, e um antigo operativo do extinto Batalhão Búfalo da Africa do Sul são os dois cidadãos são-tomenses que fazem parte do grupo de suspeitos.
As identidades dos três cidadãos espanhóis não foram divulgadas, mas sabe-se que o Batalhão Búfalo, também conhecido como Batalhão 32 do Exército da África do Sul, era formado por mercenários que durante o regime do apartheid lutou em Angola ao lado das forças armadas invasoras sul-africanas contra as tropas governamentais angolanas.
No seu comunicado, o Governo são-tomense referiu, quarta-feira, ter acionado "imediatamente os mecanismos internacionais de entreajuda em casos semelhantes com países amigos e a Interpol que responderam prontamente na assistência à Procuradoria Geral da República e à Polícia Judiciária, face à gravidade da situação e dos atos perpetrados até então".
Na mesma nota, o Executivo de Patrice Trovoada assegurou ter "o controlo total do país".
Esta é a segunda tentativa de subversão da ordem constitucional anunciada pelo Governo em menos de dois meses, em São Tomé e Príncipe, depois da denunciada a 21 junho passado.
Na altura, o Governo anunciou a detenção do deputado do MLSTP-PSD (principal oposição) e ex-ministro da Agricultura, Gaudêncio Costa, e o sargento Ajax Managem, das Forças Armadas, por "tentativa de subversão da ordem constitucional".
Também acusados de tentarem eliminar fisicamente o primeiro-ministro Patrice Trovoada, estes foram mais tarde postos em liberdade sob TIR pelo juiz de instrução criminal, que alegou "falta de provas" para manter os dois acusados em prisão preventiva.
A Presidência da República ainda não se pronunciou sobre o assunto e o Governo também ainda não fez nenhuma declaração oficial.
-0- PANA RMG/IZ 11agosto2018