44.000 deslocados beneficiam de ajuda alimentar no leste da RD Congo
Kinshasa, RD Congo (PANA) - Quarenta e quatro mil pessoas deslocadas, recém-chegadas aos campos de acolhimento em torno de Goma (Kivu-Norte (leste congolês) beneficiaram de uma ajuda alimentar fornecida pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em colaboração com a Sociedade da Cruz Vermelha da República Democrática do Congo (RDC), soube a PANA de fonte oficial.
Num comunicado, o CICV indica que 18.000 outros deslocados do campo de Nzulo, fora de Goma, receberam artigos de primeira necessidade, no mesmo contexto.
Porém, a instituição preveniu que, enquanto as necessidades humanitárias continuam a aumentar a um ritmo alarmante, os recursos disponíveis para responder à crise correm o risco de acabar rápido.
A escalada dos combates entre as Forças Armadas da RDC (FARDC) e o Movimento de 23 de Março (M23), o sul da província de Kivu-Norte leva um número crescente de civis a deixarem, muitas as vezes, seus lares.
A maioria encontra refúgio no seio das famílias de acolhimento, ao passo que um grande número dentre eles continuam a afluir para zonas de acolhimento, informou o CICV.
Confrontos armados obrigam igualmente milhares de pessoas suplementares a fugirem, muitas as vezes, para zonas cada vez mais afastadas de combates.
Neste preciso momento, mais de 39.000 famílias refugiaram-se em Kanyabayonga, no território de Lubero, no norte de Kivu-Norte.
"Estes indivíduos correm o risco de se encontrar em zonas recônditas onde não possam obter ajuda humanitária de que venham a necessitar com urgência", advertiu o CICV.
Revelou que, nos últimos meses, o nível de violência contra a população civil, incluindo a violência sexual, aumentou consideravelmente nas regiões de Kivu-Norte, afetadas pelas hostilidades.
Segundo o Grupo de Coordenação sobre a Violência Baseada no Género em Kivu-Norte, nos últimos dois primeiros meses de 2024, o número de casos de violências sexual intensificou 80 por cento em relação ao mesmo período no ano transato.
Entre janeiro e meiados de março de 2024, 230 sobreviventes de violência sexual foram confiados ao CICV para lhes dar cuidados médicos e um apoio psocossocial.
A instituição diz prosseguir o seu diálogo com as partes em conflito a fim de lhes recordar da sua obrigação, que lhes cabe em virtude do direito internacional humanitário, de respeitarem e protegerem todos os civis, doentes e feridos, e de velar para que as pessoas que fugiram da violência possam receber uma ajuda vital.
-0- PANA MA/MTA/IS/DD 01abril2024