42 mil Líbios deslocados devido a confrontos em Trípoli, segundo ACNUR
Genebra, Suíça (PANA) - Milhares de mulheres, de crianças e homens foram forçados a fugir para subúrbios de Trípoli para escaparem dos confrontos prevalecentes no sul da capital líbia, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
"Bombardeamentos indiscriminados e fogo cruzado causam destruições e deslocamentos. E o número de pessoas afetadas está a aumentar. Mais de 42 mil pessoas foram forçadas a fugir de suas casas desde que o conflito começou a 4 de abril último. De acordo com reportagens, 278 pessoas morreram e mil 332 ficaram feridas", lamentou terça-feira o porta-voz do ACNUR, Charlie Yaxley, numa conferência de imprensa em Genebra.
"É imperativo que tudo seja feito para que os civis não sejam surpreendidos entre dois fogos e que sejam poupadas infraestruturas civis", disse.
Nas áreas mais afetadas pelo conflito, o desespero está a aumentar e as pessoas tinham medo de deixar as suas casas, revelou o ACNUR, mencionando ainda uma penúria de água, de eletricidade, bem como um acesso difícil a alimentos e combustível, entre outros bens básicos.
"Além de tentar proteger refugiados e migrantes na Líbia nestas circunstâncias difíceis, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados tem fornecido assistência vital aos civis líbios nas áreas mais afetadas", disse Yaxley.
Porém, acrescentou,medicamentos e equipamentos médicos foram distribuídos com urgência nesta semana no ministério da Saúde.
Foram fornecidas três ambulâncias totalmente equipadas no Hospital Central de Tripoli, no Hospital Al Hadaba Alkhadra e no Centro Nacional de Cardiologia de Tajoura, que continuam a prestar cuidados médicos em condições extremamente difíceis, disse a fonte.
O ACNUR, em parceria com a Libaid (Agência Humanitária Líbia de Socorros) e com outras organizações locais similares, também distribuiu cobertores, esteiras, lâmpadas solares, utensílios de cozinha, baldes e outros artifos de primeira necessidade a cerca de seis mil 200 pessoas deslocadas em abrigos coletivos e em áreas urbanas em Tripoli, em Azzawya, Sabratha, Garabulli e Misrata, arredores da cidade capital líbia.
No entanto, devido à situação de segurança extremamente volátil, o ACNUR e outras organizações humanitárias ainda têm dificuldade em aceder a algumas áreas.
O ACNUR advoga um acesso humanitário permanente e sem entraves a todas as zonas afetadas e a que se chegue a uma trégua humanitária temporária que permita a prestação de serviços de emergência e a transferência voluntária e segura de civis de zonas afetadas por conflitos para áreas seguras.
-0- PANA AR/ASA/JSG/CJB/DD 30abril2019