400 migrantes salvos de naufrágio ao largo da Líbia
Bruxelas, Bélgica (PANA) – Cidadãos senegaleses, ivoirienses e sudaneses figuram entre os mais de 400 migrantes salvos do naufrágio, ao largo da Líbia, pelos navios humanitários “Open Arms” e “Océan Viking”, segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma das Organizações não Governamentais (ONG) que fretaram os barcos de socorro.
A MSF lançou um apelo urgente à União Europeia (UE) para designar um porto, em Itália, França ou Espanha, para onde os barcos poderão conduzir os migrantes, uma vez que as condições de higiene estão a deteriorar-se a bordo dos navios humanitários.
Os dois barcos estão a errar há vários dias nas águas internacionais, perto de Malta e Lampedusa (Itália).
As ONG esperam que a crise governamental aberta em Itália, por iniciativa de Matteo Salvini, ministro italiano do Interior e líder da Liga do Norte (formação política da Direita), que pediu a realização de eleições legislativas antecipadas, permitirá levantar a proibição dos portos italianos aos navios com migrantes.
Com efeito, as eleições legislativas não poderão ser organizadas a curto prazo devido ao calendário político que obriga os Estados-membros da UE a depositar, na Comissão Europeia, o projeto orçamental antes do fim do ano.
Eleições legislativas organizadas no Outono não permitirão ao Governo daí resultante elaborar um orçamento nos prazos previstos, daí que Matteo Salvini poderá ser obrigado a demitir-se do Governo, levando consigo os outros membros do seu partido.
O Presidente italiano, Sergio Matarella, poderá então designar um Governo de transição composto de tecnocratas, antes da organização de eleições legislativas, em fevereiro e março de 2020.
As ONG exprimem a esperança de que, após a demissão do Governo italiano de Matteo Salvini, os portos italianos poderão ser abertos, na sequência nomeadamente da pressão internacional, da Igreja Católica e das organizações da sociedade civil.
-0- PANA AK/BEH/SOC/IBA/FK/IZ 13ago2019