250 jornalistas detidos no mundo devido a seu trabalho, diz CPJ
Banjul, Gâmbia (PANA) - O número de jornalistas detidos no mundo, devido às suas reportagens, atingiu pelo menos 250, pelo quarto ano consecutivo, no mundo, constatou quarta-feira o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
A China e a Turquia figuram na primeira posição dos maiores carcereiros no mundo, segundo um comunicado publicado pela organização internacional de defesa dos direitos humanos, após avaliar os níveis de aprisionamento dos jornalistas no mundo.
O CPJ declara que, na data de 1 de dezembro de 2019, pelo menos 250 jornalistas estavam detidos devido ao seu trabalho, dos quais 98 por cento são locais.
Após a China, a Turquia, a Arábia Saudita e o Egito, os piores carcereiros são a Eritreia, o Vietname e o Irão. lê-se no documento.
"O encarceramento de um único jornalista constitui uma injustiça terrível que tem pesadas repercussões sobre a família, amigos e colegas”, frisou Joel Simon, diretor executivo do CPJ.
Sublinhou igualmente que a detenção de várias centenas de jornalistas, ano após ano, constitui uma ameaça ao sistema de informação mundial, "de que dependemos todos nós."
Os regimes repressivos utilizam essas táticas cruéis para privar as suas próprias sociedades e o mundo inteiro de informações essenciais, indignou-se.
O CPJ deplora que o Presidente chinês, Xi Jinpinp, tivesse reforçado ainda mais o domínio do Estado sobre a imprensa na China, onde 48 jornalistas estão presos.
"A Turquia eliminou quase todas as reportagens independentes e críticas através do encerramento de mais de 100 órgãos mediáticos e dos delitos de acusação ligados ao terrorismo, proferidos contra uma maior parte do pessoal, tendo aprisionado 47 jornalistas em 2019", denunciou o CPJ.
"Na Turquia, várias dezenas de outros jornalistas continuam a ser objeto de um julgamento ou foram condenados a penas de prisão e libertos enquanto eles aguardam pela sua convocatória”, de acordo com o comunicado.
O CPJ afirmou que o autoritarismo, a instabilidade e manifestações no Médio Oriente conduziram a um aumento do número de jornalistas presos na região, nomeadamente na Arábia Saudita que possui doravante 26 jornalistas encarcerados, que se posiciona, ao lado do Egito, no terceiro lugar dos piores carcereiros no mundo.
Matérias ligadas à política foram mais uma vez uma questão de atualidade mais suscetível de enviar jornalistas à cadeia, seguidas pelos direitos humanos e pela corrupção, denunciou o CPJ.
A maioria dos jornalistas detidos no mundo são acusados de maquinações contra o Estado, ao passo que o número dos culpados de "difusão de informações falsas” aumentou e atingiu doravante os 30, indica a nota.
Em 2012, o CPJ recenseou apenas um único jornalista no mundo que devia responder por esta alegação.
Em 2018, os países repressivos, incluindo a Rússia e a Singapura, promulgaram leis que criminalizam a "divulgação de informações falsas.”
A lista do CPJ apresenta um panorama instantâneo de pessoas encarceradas na data de 1 de dezembro de 2019, mas não inclui numerosos jornalistas detidos e libertos durante o ano de 2019.
-0- PANA MLJ/MA/NFB/JSG/SOC/FK/DD 12dez2019