Agência Panafricana de Notícias

25 porcento de Cabo-Verdianos não compra medicamentos em farmácias, diz estudo

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cerca de 25 porcento da população de Cabo Verde utiliza medicamentos comprados fora do circuito legal, indica um estudo divulgado, terça-feira última, na cidade da Praia pela Agência de Regulação de Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA).

De acordo com este documento "Diagnóstico sobre a Contrafação e Venda Ilícita de Medicamentos em Cabo Verde", a que a PANA teve acesso, no local, cerca de 61 porcento dos inquiridos tem a consciência de que os produtos comprados no circuito ilegal podem ser falsificados, mas não sabem dos riscos que estão a correr.

A presidente da ARFA, Djamila Reis, revelou que, mesmo antes desse estudo, já havia a perceção de que o comércio ilegal de fármacos no país tem sido uma prática constante mas que não havia dados sobre esta prática.

“Apesar de existir algum controlo por parte das autoridades sanitárias, muitas pessoas continuam a praticar este tipo de comércio de forma ilegal”, disse Djamila Reis, sublinhando que “este estudo vai ajudar-nos a identificar os problemas e propor soluções".

Neste sentido, ela anunciou que a ARFA pretende implementar, até abril próximo, um plano de emergência para o combate a este flagelo, considerando "preocupante" saber-se que uma percentagem grande das duas mil e 206 famílias em todas as ilhas do arquipélago cabo-verdiano têm consciência de que estes medicamentos podem ser falsificados ou não estar em boas condições.

No entanto, acrescentou, os inquiridos não conhecem os riscos que isso pode trazer à saúde, pelo que se torna necessário “apostar-se na comunicação para alertar os utentes para os riscos".

Esta situação se explica pelas dificuldades do acesso não só em termos de preço mas também dem termos de disponibilização imediata de locais apropriados de venda, por um lado e, por outro, por uma deficiente cobertura farmacêutica no país, o que leva os utentes escolher percursos curtos até ao local de venda de medicamentos mais próximo, de acordo com o estudo.

Entre as medidas futuras apontadas pela presidente da ARFA para fazer face à situação, Djamila Reis revelou que deverá ser implementada a regulamentação da venda fracionada de medicamentos nas farmácias.

Ela disse que os utentes ouvidos no âmbito do estudo preferem não comprar embalagens inteiras usando apenas uma parte dos medicamentos.

No semináriom durante o qual o estudo foi apresentado, foi também proposta a criação do Plano de Emergência para o Combate à Contrafação e Venda Ilícita de Medicamentos.

-0- PANA CS/DD 15fev2012