Agência Panafricana de Notícias

2009, ano da luta contra má gestão na Mauritânia

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- O ano de 2009 na Mauritânia foi marcado, no plano económico, pela vontade do regime do Presidente Mohamed Ould Abdel Aziz de pôr definitivamente termo às práticas de má gestão das finanças públicas, que assolam o país há cerca de 30 anos.
Neste quadro, um ex-governador do Banco Central da Mauritânia (BCM), Sid'El Moactar Ould Nagi, e vários banqueiros e homens de negócios, nomeadamente Chérif Abdallah, accionista principal e presidente do Conselho de Administração do Banco Islâmico da Mauritânia-BAMIS, Mohamed Ould Noueigued, presidente director-geral do Banco Nacional da Mauritânia-BNM, e Abdou Maham, homem de negócios, foram acusados de "desvio de fundos" e detidos consequentemente desde meados de Novembro último.
Os empresários encarcerados figuram entre os maiores detentores de fortunas da Mauritânia.
O Presidente Ould Abdel Aziz declarou que estes homens de negócios devem reembolsar 36 milhões de euros retirados "fraudulentamente" das contas do BCM no início dos anos 2000 sob o regime do então Presidente Maaouya Ould Sid'Ahmed Taya, originários da mesma etnia que os três empresários.
Do seu lado, os advogados das personalidades detidas denunciam, atravês da voz de Brahim Ould Ebetty, uma violação de todas as regras de procedimento penal e uma "manipulação da Justiça pelo poder executivo".
É a mesma crítica levantada do lado da oposição agrupada no seio duma nova Coordenação das Forças da Oposição Democrática (CFOD), para quem estas detenções constituem um ajuste de contas com carácter político.
Os parentes dos empresários encarcerados e a oposição defendem que a detenção dos banqueiros e dos homens de negócios expõe a grandes riscos de abafo a economia mauritana, com graves consequências no tecido social.
Com efeito, um documento divulgado esta semana indica que eles representam "30 por cento das receitas fiscais, aduaneiras e da actividade financeira e bancária do país".
Estes banqueiros e homens de negócios aprisionados apoiaram a candidatura de Ahmed Ould Daddah, líder da oposição, durante as eleições presidenciais de 18 de Junho de 2009, ganhas por Mohamed Ould Abdel Aziz.