2,5 toneladas de urânio natural desaparecem na Líbia
Tripoli, Líbia (PANA) - Duas toneladas e meia de urânio natural desapareceram duma zona na Líbia, suscitando inquietudes em termos de segurança nuclear, anunciou quarta-feira a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).
Num relatório destinado aos países membros da organização e retomado por jornais líbios, o diretor-geral da AIEA, Raphael Grossi, indicou que inspetores da instituição descobriram, um dia antes, durante uma missão, que já não estavam no local "10 contentores contendo cerca de duas toneladas e meia de urânio natural sob a forma de concentrados anunciados e armanezados."
A AIEA não especificou a posição geográfica da zona em causa na Líbia onde desapareceu a quantidade de urânio.
Declarou, por outro lado, o facto de não se saber onde estão presentemente as matérias em causa na Líbia é perigoso e levanta problemas de segurança nuclear.
Segundo o relatório em apreço, a AIEA comprometeu-se a levar a cabo ações de verificação para esclarecer o desaparecimento destas matérias e o lugar em que elas possam estarneste preciso momento.
Em setembro de 2016, sob o regime do Conselho Presidencial do Governo de Entendimento Nacional, a Líbia confirmou oficialmente ter-se livrado das suas armas químicas e a chegada da última remessa das mesmas ao porto alemão de Breme, anunciando assim o fim das suas obrigações relativamente à Convenção sobre as Armas Químicas, a que aderiu em 2004.
Em 2004, os estoques líbios de gás-mostarda e de precursores químicos utilizados no fabrico de armas químicas estimavam-se em 24 toneladas, segundo um comunicado oficial da Autoridade Nacional de Acompanhamente da implementação da Convenção sobre as Armas Químicas, afeta ao Ministério líbio dos Negócios Estrangeiros.
Uma ano antes, a Líbia abandonou o seu programa nuclear sob o regime de Muamar Kadafi, após ter obtido centrifugadores que ajudam no processo de enriquecimento do urânio numa etapa considerada como "um passo" para a construção de uma bomba nuclear, segundo a AIEA.
Esta decisão permitiu melhorar as relações da Líbia com a Europa e os Estados Unidos, segundo a mesma fonte.
-0- PANA BY/JSG/DD 16março2023