190 migrantes ilegais morrem ao largo das costas líbias, denuncia ONG
Trípoli, Líbia (PANA) - Mais de 190 migrantes clandestinos morreram em setembro corrente ao largo das costas líbias, revelou a Organização Não Governamental (ONG) Alarme Phone.
Num comunicado publicado segunda-feira última, no seu site Internet, a Alarm Phone mencionou um aumento dos naufrágios de migrantes no Mediterrâneo Central, ao largo das costas líbias.
Confirmou que o navio humanitário Alan Kurdi tinha salvado alguns, e que outros foram entregues a autoridades na Líbia.
"Os sobreviventes, que vivenciaram horrores no alto mar, declararam à ONG ter sido testemunhas do afogamento de amigos ou parentes, sem os poderem ajudar”, precisou o documento.
O relatório assinala que mais de 190 migrantes pereceram em menos de um mês, com base em testemunhos recebidos dos próprios sobreviventes.
A ONG denunciou "a política violenta das fronteiras, financiada pela Europa, que está na origem das tragédias, bem como o confisco de navios de salvamento humanitário e o impedimento do avião “Moond Bird” de descolar para controlar a zona de busca e salvamento e assinalar barcos no mar."
Acrescentou, no seu relatório, que os países europeus criaram elementos da Guarda Costeira líbia com vista a forçar pessoas a voltarem à Líbia, e não as salvar.
Neste contexto, ela sublinhou várias experiências com elementos da Guarda Costeira líbia quando eles percorreram as águas territoriais limítrofes da Europa.
"Não intervieram diretamente quando deles se precisavam. Até navios mercantes, mesmo recebendo alertas de socorro dos barcos de migrantes, estão impedidos de intervir e são obrigados a esperar pela chegada dos barcos da Guarda Costeira líbia, que com certeza, os reencaminharão para a Líbia", acusou.
A Líbia, país ao mesmo tempo de destino e de trânsito da emigração clandestina para a Europa, está confrontada, nos últimos anos, com um gigante fluxo migratório, avaliado em mais de um milhão de indivíduos, que esperam por uma oportunidade para sem embarcarem em barcos inapropriados para atravessarem o Mediterrâneo, rumo à Europa.
A Alarm Phone, encarregue de controlar barcos de migrantes no Mediterrâneo, acusa países da União Europeia (UE) e agentes da Guarda Costeira líbia de ser responsáveis pela mortes de migrantes nesta enorme extensão de água salgada.
-0- PANA BY/JSG/SOC/FK/DD 29set2020