Agência Panafricana de Notícias

13 mil migrantes passam pela Mauritânia em 3 anos, diz diário local

Nouakchott- Mauritânia (PANA) -- Um total de 13 mil migrantes clandestinos de diferentes nacionalidades, nomeadamente da África Subsarianos, para a Europa foram repatriados a partir da Mauritânia para onde eles tinham transitado, noticiou o Horizons (diário governamental) na sua edição de segunda-feira.
Só no ano 2006, cinco mil 239 migrantes ilegais foram interceptados e encaminhados para o seu ponto de partida, ao passo que as estatísticas apontam para três mil 200 outros registados em 2007 contra três 829 registados em 2008, precisa a mesma fonte.
O Horizons indica ainda que o ano 2009 não deverá registar menos porque já entre Janeiro último e a primeira quinzena de Fevereiro corrente, foram capturados 470 clandestinos.
As autoridades mauritanas estão conscientes da gravidade desta situação e trabalham para fazer face a uma eventual agravação do fenómeno, indica ainda o jornal, deplorando as numerosas perdas de vidas humanas devidas a naufrágios, no alto mar, de embarcações obsoletas em que muitas vezes seguem estes viajantes secretos.
Peritos internacionais em matéria de migração clandestina explicam a escolha da Mauritânia como terra de trânsito pelo factor geográfico, nomeadamente a proximidade da cidade de Nouadhibou (a segunda do país, ao norte de Nouakchott) em relação às costas europeias, que permite assim um custo relativamente moderado para a travessia, comparativamente à posição geográfica de outros países da sub-região da África Ocidental.
Em 2006, autoridades espanholas criaram um Centro de Detenção com vista a acolher clandestinos que aguardam pelo seu repatriamento na cidade portuária de Nouadhibou, revelou o jornal.
Este centro desempenha um papel de apoio em termos de assistência médica e alimentação, entre outras outras necessidades dos emigrantes, relata o Horizons, citando o governador de Nouadhibou, Bakar Ould Nah.
No entanto, durante o ano transacto, várias organizações nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos criticaram as condições de acolhimento no Centro de Detenção de Nouadhibou.