Agência Panafricana de Notícias

104 mortos nas violências do fim de semana na Nigéria

Lagos, Nigéria (PANA) - Pelo menos 104 pessoas, incluindo dois deputados no ativo e três agentes de segurança, foram mortos desde sábado no agravamento da crise fratricida no Estado de Plateau, no norte da Nigéria, noticiou esta segunda-feira o jornal privado Nation.

Segundo o diário, o balanço aumentou após a descoberta dos corpos de 50 pessoas, essencialmente mulheres e crianças mortas na Igreja do Cristo na Nigéria (COCIN) onde estavam refugiadas.

Entre as vítimas, figuram o pastor da igreja, a sua mulher e os seus três filhos.

Mais de 50 pessoas foram mortas por pessoas suspeitas de ser pastores Fulanis muçulmanos que invadiram sábado numerosas aldeias cristãs nas coletividades locais de Barkin Ladi e Riypm.

"Os assaltantes, que estavam fortemente armados e vestidos de uniforme de camuflagem e coletes de proteção mataram 14 pessoas e queimaram várias casas. O pessoal da força especial conjunta deslocou-se ao local para controlar a situação, mas os homens armados atacaram-nos ao que se seguiu uma troca de tiros que durou várias horas", indicou a Força Especial Conjunta (STF) desdobrada no Estado para manter a paz, numa declaração incial que subestimava a amplitude do massacre.

"Durante o tiroteio, os assaltantes mataram dois dos nossos homens, mas nós matamos 21 entre eles. Os nossos homens fizeram uma detenção e apreenderam armas e munições", indica o comunicado da STF.

A crise intensificou-se domingo durante o funeral das vítimas mortas na véspera.

Segundo o jornal Nation, os mesmos pastores Fulanis responsablizados pelos assassinatos da véspera lançaram um novo ataque que custou a vida ao senador no ativo Gyan Daylop Dantong e ao deputado Gyang Fulani, do Estado de Plateau.

"O senador Gyang Dantong e o deputado à Assembleia do Estado de Plateau, Gyang Fulani, foram atacados e mortos por pastores Fulanis", escreve o jornal que cita Pam Ayuba, o porta-voz do Governo.

O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, exortou as agências de segurança a velar por que os assassinos de Dantog e outros sejam julgados.

O porta-voz da Presidência, Reuben Abati, qualificou, num comunicado, os assassinatos de "cruéis e deploráveis".

Face a informações que apontam para ataques de represálias dos cristãos, o Governo impôs rapidamente um recolher obrigtório em quatro coletividades locais do Estado, designadamente Jos Norte, Jos Sul, Barkin Ladi e Riyom.

Esta a mais recente onda de assassiantos nesta guerra fráticida entre halogénos, principalmente pastores Haoussa-Fulani, e indígenas cristãos, por causa de recursos naturais cada vez mais raros.

-0- PANA SEG/NFB/JSG/MAR/IZ 09julho2012