África do Sul inicia período de luto pelo Presidente De Klerk
Cidade do Cabo, África do Sul (PANA) - A África do Sul está, desde quarta-feira, em luto nacional pela morte do ex-Presidente Frederick De Klerk, ocorrida na semana passada, na sua casa na Cidade do Cabo, depois de uma prolongada doença aos 85 anos.
O Presidente Cyril Ramaphosa anunciou que a bandeira nacional estará à meia-haste do pôr-do-sol de quarta-feira até à noite de 21 de novembro.
O porta-voz presidencial interino, Tyrone Seale disse que um serviço memorial do Estado seria anunciado pelo Governo numa data posterior.
"O Governo consultou a família De Klerk e a Fundação FW de Klerk sobre a preparação para este evento, que contará com a presença de líderes governamentais, líderes de partidos políticos e representantes da sociedade civil", disse Seale.
De Klerk será enterrado durante um culto privado no sábado.
Numa mensagem de vídeo publicada algumas horas depois da sua morte, De Klerk desculpou-se "de todo o coração" pela miséria causada pelo apartheid.
"É verdade que na minha juventude eu defendia o desenvolvimento separado porque nunca gostei da palavra apartheid. Fiz isso quando era membro do Parlamento, e fiz isso quando se tornou membro do Gabinete. Posteriormente, em muitas ocasiões, pedi desculpas pela dor e indignidade que o apartheid infligiu às pessoas de cor na África do Sul. Portanto, permita-me hoje, no último post, para repetir: Peço desculpas sem reservas pela dor e sofrimento, 'indignidade e danos sofridos por negros, pardos e índios na África do Sul ”, disse na sua "última mensagem ao povo da África do Sul" publicada pela Fundação FW De Klerk.
De Klerk, que partilhou o Prémio Nobel da Paz com Nelson Mandela em 1993, disse que se desculpou não apenas como ex-líder do Partido Nacional, mas também como indivíduo.
Ee sucedeu a Piether Botha como chefe do Partido Nacional, em fevereiro de 1989, depois que este último sofreu um ataque cerebral e renunciou à liderança do partido.
Um ano depois, De Klerk anunciou no Parlamento que levantava a proibição de todos os partidos políticos e movimentos de libertação e que iria libertar Mandela incondicionalmente.
Seguiu-se um processo de negociação multipartidário, entre 1990 e 1994, abrindo o caminho para as primeiras eleições históricas, sem distinção de raça.
-0- PANA CU/MA/BAI/IS/SOC/MAR/IZ 19nov2021