África considera "um pilar fundamental" apoio da comunidade internacional para mercados de carbono
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, considerou o apoio da comunidade internacional “um pilar fundamental” para a concretização do desenvolvimento de mercados de carbono em África, soube a PANA de fonte oficiall.
A diplomata teceu estas considerações quando intervinha numa conferência multilateral de África sobre mercados de carbono, em curso de 24 a 26 de Julho corrente, disse que o conceito de mercados de carbono apresenta um cenário multifacetado , tanto uma oportunidade como um desafio para várias partes interessadas.
No entanto, para os governos africanos, é fundamental desbloquear o potencial do comércio de créditos de carbono para poder ser a chave para desbloquear uma série de benefícios económicos e de desenvolvimento, incluindo a criação de emprego e o acesso a financiamentos cruciais para o clima, segundo Josefa Correia Sacko.
“Para além disso, os mercados de carbono podem oferecer uma ferramenta poderosa para impulsionar mudanças transformadoras. No entanto, a conceção e gestão destes mercados devem dar prioridade à credibilidade, à transparência e à integridade”, defendeu.
De acordo com a comissária da UA para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Ecvonomia Azul e Ambiente Sutentavel, é também necessário reforçar-se os quadros regulamentares e institucionais a todos os níveis para maximizarem os benefícios dos mercados de carbono.
“África tem um potencial imenso para se tornar numa força de liderança no desenvolvimento dos mercados mundiais do carbono, a julgar pelas suas vastas capacidades de produção de energia renovável e os seus ecossistemas únicos, que atuam como sumidouros naturais de carbono, posicionam-na como um actor-chave nesta esfera crítica”, argumentou.
É, por conseguinte, necessário desmistificar e compreender o conceito de mercados de carbono para ajudar os países africanos a participarem plenamente nas oportunidades que lhes são oferecidas e a definirem claramente os seus mecanismos de partilha de benefícios, sem deixar ninguém para trás, considerou.
Josefa sacko fez saber que, além disso, o mercado de carbono pode ser fundamental para promover a luta global contra as alterações climáticas e, simultaneamente, impulsionar África para os objetivos ambiciosos delineados na Agenda 2063, na estratégia e plano de ação da UA para as alterações climáticas e o desenvolvimento resiliente (2022-2032).
O Acordo de Paris, adotado em 2015, é um tratado internacional histórico que visa limitar o aquecimento global a menos de dois graus celsius acima dos níveis pré-industriais, com esforços para limitar o aumento a 1,5 graus celsius.
Um dos principais mecanismos para alcançar estes objetivos é a utilização dos mercados de carbono, descritos no artigo 6.º do acordo de proporcionar flexibilidade aos países para cumprirem os seus contributos determinados a nível nacional de forma rentável, permitindo-lhes comprar créditos de carbono a outros países ou projetos que tenham conseguido reduções.
Outro aspecto relevante deste acordo é impulsionar o investimento em tecnologias com baixo teor de carbono e projetos de desenvolvimento sustentável, estimular a inovação, incentivando o desenvolvimento de novos métodos e tecnologias para reduzir as emissões, bem como, facilitar a cooperação global na abordagem das alterações climáticas, com os países desenvolvidos a fornecerem recursos financeiros e conhecimentos técnicos aos países em desenvolvimento.
-0- PANA JF/DD 25julho2024