Agência Panafricana de Notícias

África chamada a pronunciar-se sobre aquisição de terras por estrangeiros

Addis Abeba- Etiópia (PANA) -- A comissária da União Africana para o Comércio e Indústria, Elisabeth Tankeu, exortou quinta-feira em Addis-Abeba os países africanos a definirem uma posição comum sobre a aquisição maciça das terras agrícolas africanas por pessoas físicas ou morais estrangeiras, estimando que se trata dum impacto do futuro.
"Vários países árabes e africanos optaram por terras agrícolas em África para garantir a sua segurança alimentar.
Actualmente, não há uma posição comum africana sobre esta questão tão crucial", disse a responsável africana durante uma conferência de imprensa.
Ao antecipar a posição africana, Tankeu sublinhou a importância para África de garantir a sua segurança alimentar.
"A última crise alimentar mostrou a que ponto não podemos basear-nos nos excedentes dos outros para a nossa alimentação.
É preciso então produzir nós- próprios suficientemente para alimentar as nossas populações", acrescentou a comissária da União Africana.
Segundo um estudo do Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento, um organismo de pesquisa britânica, a Etiópia, o Mali e o Sudão já cederam cerca de dois milhões 500 mil hectares agrícolas.
Apenas as organizações da sociedade civil africana tomaram abertamente posição contra este fenómeno, insistindo nos perigos que ele apresenta para a agricultura familiar africana.
Organizações Não Governamentais (ONG) africanas interpretam a aquisição das terras aráveis africanas por grandes grupos estrangeiros, dos quais europeus, com uma forma de "neocolonialismo".