Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde considera desigualdades sociais seu “maior desafio”

Praia, Cabo Verde (PANA) – A luta para minimizar as desigualdades sociais ainda persistentes em Cabo Verde constitui o “maior desafio” do país e o ponto central das preocupações nos próximos anos, declarou no fim de semana o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.

Falando com jornalistas, depois da apresentação dum relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde Cabo Verde regista uma descida de dois lugares no ranking, José Maria Neves sublinhou que o Governo está a trabalhar “fortemente” para garantir mais acesso ao emprego, mais rendimento às famílias e alargar o sistema de proteção social.

Sublinhou no entanto que é preciso diferenciar o posicionamento do arquipélago cabo-verdiano no grupo dos países de “desenvolvimento médio”, em termos do IDH, e a sua classificação no índice.

Realçou que Cabo Verde tem tido um crescimento sustentável e consistente em relação ao IDH, já que, disse, em 2000, os dados apontavam para 0,573 e que "hoje esse número ronda 0,636".

"Em relação aos países de desenvolvimento médio, estamos acima da média, que é 0,614, e, em comparação com os países da África Subsariana, estamos muito acima da média que é de 0,502”, regozijou-se.

O chefe do Governo cabo-verdiano considera esta ascensão como um “grande ganho” para um país como Cabo Verde que não dispõe de recursos naturais.

Para o governante, os dados do IDH mostram que os Cabo-verdianos têm feito um “excelente” trabalho nos últimos tempos e que o país tem tido “ganhos importantes e avanços significantes”, contribuindo assim para a qualidade de vida e o bem-estar da população.

Do seu ponto de vista, o relatório sobre o IDH tem dado um contributo “importante” ao país, por forma a analisar o desenvolvimento, avaliar as políticas públicas e introduzir correções ou reforçar as áreas mais pertinentes no processo global de desenvolvimento humano.

O documento divulgado indica que o arquipélago desceu duas posições em comparação com o ano anterior, passando do 132º lugar para o 123º no “ranking” das nações mais e menos desenvolvidas que reúne 187 países.

A igualdade de género é um dos pontos que desfavoreceu o país na classificação, uma que se se excetua a esperança média de vida (78,8 anos para as mulheres e 71,1 anos para os homens), em todos os outros campos os homens são beneficiados em relação às mulheres.

É sobretudo nos rendimentos que essa diferença é ainda mais visível, com os homens a terem um rendimento médio que é quase o dobro do que as mulheres auferem (oito e 480 dólares americanos por habitante contra quatro e 266 dólares americanos das mulheres).

-0- PANA CS/DD 28jul2014