ONU exige inquérito sobre civis mortos no norte do Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apelou terça-feira a uma "investigação completa e independente" sobre o último "horrendo homicídio de civis" no norte do Burkina Faso, a fim de que os responsáveis seja processados, soube a PANA de fonte oficial.
Segundo a porta-voz desta instituição, Ravina Shamdasani, que cita o procurador-geral da República, Lamine Haboré, a 23 de abril, 60 pessoas pereceram, num ataque armado ocorrido em Ouahigouya, capital regional do norte do Burkina Faso.
Habiré anunciou igualmente que uma investigação sobre o ataque estava em curso, recordou Shamdasani, exigindo no entanto que a mesma "deve ser rápida, completa, independente e imparcial."
Também deve levar a processos digno de crédito, martelou.
Referiu-se a relatos segundo os quais, a 20 de abril corrente, homens armados e fardados, supostamente membros das Forças de Defesa e Segurança, acompanhados por auxiliares paramilitares conhecidos como Voluntários para a Defesa do Pátria (VDP), cercaram a aldeia de Karma, no norte da província de Yatenga, e dispararam discriminadamente contra pessoas.
De acordo com as informações disponíveis, pelo menos 150 civis foram mortos e muitos outros ficaram feridos, disse a porta-voz, alertando que homens armados saquearam casas, lojas e mesquitas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) sublinha que estes homicídios se seguem a um ataque a uma base dos VDP, ocorrido a 15 de abril corrente, durante o qual, segundo o Governador da Província, morreram oito militares, 32 VDP e mais de 30 outros ficaram feridos.
Testemunhos confiáveis indicam que os agressores acusaram os moradores desta localidade de dar guarida a membros do Jamaat Nusrat al-Islam wal, filiado no Estado Islâmico, e a outros grupos armados não estatais, segundo a ONU.
"Pedimos a todas as partes em conflito no Burkina Faso que respeitem as suas obrigações relativas ao direito internacional humanitário, em particular abstendo-se de alvejar civis e bens civis", aconselhou o porta-voz.
Isto de alvejar deliberadamente civis ou pessoas que não participam diretamente das hostilidades constitui um crime de guerra, frisou.
-0- PANA NTDD/JSG/SOC/MAR/DD 26abril2023