Prevalência de HIV/Sida em pessoas com deficiência muito elevada em Cabo Verde, diz Governo
Praia, Cabo Verde (PANA) – A taxa de prevalência do HIV Sida em pessoas com deficiência em Cabo Verde é de 2,3 por cento, número considerado muito elevado, tendo em conta a população geral, que é de 0,6 por cento, apurou a PANA na cidade da Praia, de fonte segura.
Ao intervir na abertura, quarta-feira última, do fórum sobre “HIV nas pessoas com Deficiência”, promovido, na cidade da Praia, pela Federação das Associações das Pessoas com Deficiência da África Ocidental, o ministro cabo-verdiano da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, reconheceu que "as pessoas com deficiência precisam de políticas inclusivas baseadas no respeito pela sua condição, e na dignidade humana".
Para o governante, o facto da taxa de prevalência do HIV Sida, nas pessoas com deficiência, ser duas a três vezes superior à população em geral, choca a todos e demonstra que essas pessoas não precisam de caridade, mas sim de políticas inclusivas baseadas no respeito pela sua condição, e na dignidade humana.
Para mudar este cenário, Arlindo do Rosário, defendeu que é necessária a identificação das suas causas, que passam pelo combate ao abuso sexual e à violência, pela remoção das barreiras e pela facilitação do acesso aos cuidados de saúde em geral e à informação, sobretudo pelo acesso aos cuidados da saúde sexual e reprodutiva.
O governante avançou que, para se tornar também necessária a implementação de medidas específicas, é preciso fazer cumprir a estratégia 2030 nas pessoas com deficiência, tal como acontece com o resto da população.
Arlindo do Rosário disse ainda que é preciso fazer-se um estudo de género que facilite políticas públicas de inclusão de pessoas com deficiência.
No seu entender, as ações ao nível da sensibilização, da informação, da formação e do tratamento não têm chegado realmente a este público-alvo.
Promovido pela Federação das Associações das Pessoas com Deficiência da África Ocidental, o fórum visa definir políticas públicas que promovam os direitos das pessoas com deficiência.
O VIH/Sida em Cabo Verde é considerado como sendo de “fraca prevalência”.
Segundo resultados preliminares do Terceiro Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR - III), do Instituto Nacional de Estatística, do total de quase seis mil indivíduos testados, registou-se uma taxa de seroprevalência de 0,6 por cento.
Dados revelam que a prevalência é maior nas mulheres, ou seja 0,7 por cento, contra o 0,4 por cento nos homens, comparativamente aos resultados notados no último inquérito, em 2015, em que a maior prevalência era de 1,1 por cento nos homens contra 0,4 por cento nas mulheres.
-0- PANA CS/DD 26junho2019