Baixas agrícolas em África devem-se a pouco uso de potenciais fatores de produção, diz relatório
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - O mau desempenho do setor agrícola deve-se à pouca utilização de fatores de produção que aumentam a produtividade, segund um relatório sobre a revisão bienal do Programa de Desenvolvimento Compreensivo da Agricultura de África (CAADP, sigla em inglês).
De acordo com o documento, a que a PANA teve acesso, o desenvolvimento da irrigação e gestão das águas agrícolas no continente, como a tecnologia de irrigação, deve aumentar e atingir os 100 por cento a superfície das culturas arvenses irrigadas até 2025, com o objetivo de erradicar a fome.
“O objetivo global é aumentar a produtividade da terra, suavizar o rendimento e o consumo, e promover meios de subsistência resistentes num contexto de choques relacionados com o clima, devido à elevada dependência da agricultura de sequeiro”, lê-se no documento.
A duplicação da produtividade e a criação de um sistema alimentar resiliente no continente dependem intrinsecamente de uma maior utilização da irrigação e de outras soluções de gestão dos recursos hídricos agrícolas, tendo em conta a imprevisibilidade da precipitação, em termos de duração e intensidade, disse a fonte.
Dados continentais agrupados mostram que, ao longo do período de oito anos (2015-2023), a área irrigada aumentou de 9,7 metros por hectare (m/ha) para 12,4 m/ha, com uma média anual de 3,9 por cento, considerando o desempenho específico dos Estados membros.
Neste particular, 15 Estados membros não comunicaram dados sobre este indicador, ao passo que outros países apresentaram relatórios em que há algumas tendências encorajadoras.
Estes países, designadamente nove, estão no bom caminho, tendo atingido a pontuação esperada de 9,5 para o quarto indicador de referência.
Trata-se do Benin, dos Camarões, do Congo Brazzaville, da Guiné-Equatorial, da Etiópia, da Gâmbia, de Moçambique, do Níger e da Serra Leoa.
Além disso, 11 outros países, embora não estejam no bom caminho, estão a progredir bem, uma vez que o total das suas terras cultivadas irrigadas tem aumentado de forma consistente ao longo do tempo.
Trata-se de Angola, do Botswana, do Burundi, do Egito, da Liberia, do Malawi, da Mauritania, da Namíbia, do Rwanda, da Tanzânia e do Togo, que obtiveram uma pontuação superior a 50 por cento do valor de referência esperado para o quarto relatorio sobre a revisão bienal.
O valor em apreço é necessário para atingir o objetivo da Declaração de Malabo que consiste no aumento de 100 por cento até 2025, destacando Angola, Botswana, Burundi, Egito, Libéria, Malawi, Mauritânia, Namíbia, o Rwanda, Tanzânia e Togo.
Especialistas africanos, que acompanharam o desempenho dos Estados membros no acesso à tecnologia de irrigação, como a taxa de crescimento da dimensão da área irrigada, a partir do valor de referência do ano de 2015.
Neste aspeto é definida a área irrigada funcionalmente irrigadas ou equipadas para irrigação, cuja advertência é que, devido aos desafios técnicos e metodológicos associados à medição e estimativa da área total, a maior parte do que é relatado pelos Estados membros são subestimações grosseiras.
-0- PANA JF/DD 21maio2024