Agência Panafricana de Notícias

Lula da Silva advoga ajuda a favor das vítimas da fome no Corno de África

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - O antigo Presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, lançou um apelo à comunidade internacional para ajudar rápida e eficientemente as populações assoladas pela fome no Corno de África, anunciou quarta-feira a União Africana (UA).

O apelo de Lula da Silva responde a uma solicitação a ele endereçada pelo presidente da Comissão da UA (CUA), Jean Ping, para mobilizar a comunidade internacional neste sentido.

"Gostaria de lançar um apelo aos parceiros multilaterais, aos Governos, às entidades e a todas as personalidades do mundo para que cooperem com os nossos irmãos e irmãs do Corno de África, a fim de impedir a fome, a doença e a morte e encontrar uma solução duradoura para evitar este género de tragédias", disse Lula da Silva numa declaração.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) considera que cerca de dois biliões e 500 milhões de dólares americanos são necessários para ajudar as vítimas no Corno de África, todavia meses de apelos não permitiram até agora mobilizar sequer metade do montante.

"Esta mobilização deve ser um alerta para os parceiros multilaterais para encontrarem vias e meios de impedir a propagação deste género de tragédias", disse Lula da Silva, antes de acrescentar que "a prioridade deve ser dada à luta contra a fome, a miséria e ajudar as comunidades a encontrarem soluções. Esta missão é da responsabilidade de toda a humanidade".

"Não podemos ignorar a situação desastrosa da população do Corno de África, causada pela pior seca que surgiu na região desde 1950. Milhões de pessoas estão confrontadas com a fome e as suas vidas estão em perigo. Na Somália, a crise é mais séria devido à insegurança institucional e aos conflitos internos", acrescentou o ex-Presidente brasileiro.

Por sua vez, Jean Ping reiterou o seu apelo a todos os Estados membros da UA e aos parceiros para redobrar os esforços na luta contra a crise humanitária, nomeadamente na Somália.

A ausência de chuvas, os conflitos e a má governação e o aumento global dos preços dos produtos alimentares culminaram na pior fome que flagela 14 milhões de pessoas no Corno de África num espaço de meio século.

-0- PANA OR/BOS/NFB/TBM/CJB/DD 28set2011