Agência Panafricana de Notícias

Eduardo do Santos deixa liderança do MPLA em setembro

Luanda, Angola (PANA) - O antigo Presidente angolano e atual líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, deixa a liderança do partido, na primeira quinzena de setembro próximo, confirmaram sexta-feira responsáveis do partido no poder em Angola.

A substituição de Eduardo dos Santos terá lugar durante o sexto congresso extraordinário do MPLA a ser expressamente convocado para resolver o problema da transição na liderança partidária, que passará a ser assumida pelo atual Presidente da República, João Lourenço.

Esta decisão foi tomada, sexta-feira, em Luanda, numa reunião ordinária do Bureau do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) orientada por José Eduardo dos Santos, na presença de João Lourenço e do secretário-geral do partido, Paulo Kassoma.

O encontro aprovou o cronograma de preparação e realização do sexto congresso extraordinário bem como a candidatura de João Lourenço para conduzir os destinos do maior partido político em Angola, após 38 anos da liderança de Eduardo dos Santos.

Com esta candidatura, João Lourenço deixará a sua atual função partidária de vice-presidente para acumular as de presidente do partido e da República, pondo assim termo à polémica questão da "bicefalia" que muitos apontam como obstáculo à afirmação do novo poder executivo liderado por este último desde as eleições gerais de agosto passado.

José Eduardo dos Santos lidera o MPLA desde 1979, na sequência da morte de António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola que também liderava cumulativamente o partido que governa o país desde a Independência nacional, a 11 de novembro de 1975.

A sua tentativa de prolongar a sua permanência na liderança do partido até 2019 gerou uma forte contestação interna, em março passado, quando militantes influentes e figuras históricas do partido o aconselharam a sair o mais cedo possível.

Depois de prometer, em 2016, que deixaria a vida política em abril de 2018, o mais tardar, José Eduardo dos Santos tentou recuar no início deste ano, na abertura de uma reunião do Comité Central do partido, quando propôs o adiamento dessa discussão para abril de 2019.

A proposta foi amplamente rejeitada pelos membros do Comité Central do partido, que decidiram agendar uma nova reunião para refletir sobre o assunto e definir uma data definitiva para a realização do congresso extraordinário para a escolha de um novo líder.

-0- PANA 28abril2018