Presidente cabo-verdiano em visita oficial à Guiné Equatorial
Praia, Cabo Verde (PANA)- O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, inicia esta segunda-feira, 21, uma visita oficial de três dias à Guiné Equatorial, a convite do seu homólogo equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, apurou a PANA de fonte oficial, na capital cabo-verdiana.
De acordo com uma nota da Presidência cabo-verdiana, a deslocação de Jorge Carlos Fonseca retribui a visita que o chefe de Estado da Guiné Equatorial efetuou a Cabo Verde, em abril de 2019.
A mesma fonte revela que, durante esta visita do chefe de Estado cabo-verdiano, "deverão ser assinados três acordos", relativos à supressão de vistos em passaportes ordinários, à economia marítima e ao turismo.
No domínio multilateral, deverão ser abordadas as vias e os meios para reforçar a concertação no âmbito das organizações internacionais, regionais e sub-regionais.
Trata-se designadamente de organizações como a CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], o Fórum PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] e a União Africana, acrescenta a nota da Presidência.
Fonseca faz-se acompanhar dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Indústria, Comércio e Energia e empresários cabo-verdianos.
Segundo a nota, a visita constituirá uma oportunidade para continuar a fortalecer os laços de amizade, fraternidade e cooperação entre Cabo Verde e a Guiné Equatorial, nas mais diversas áreas.
A Presidência cabo-verdiana sublinha que, no plano bilateral, serão passadas em revista as principais questões da cooperação e das relações económicas e comerciais entre os dois países.
Cabo Verde e Guiné Equatorial cooperam em áreas como educação, formação superior e profissional, tecnologias de informação, transportes aéreos, indústria farmacêutica, agricultura, energias renováveis, comércio, pescas e turismo.
O programa da visita prevê a deslocação de Jorge Carlos Fonseca à cidade capital, Malabo (ilha de Bioco), e no continente, à região Wele-Nzas e à cidade de Djibloho ou Cidade da Paz, futura capital da Guiné Equatorial.
Nesta última, ele manterá um encontro com estudantes da Universidade Afroamericana da África Central (AUCA) e ainda os da cidade natal do Presidente Obiang, Mongomo.
Na quarta-feira, Jorge Carlos Fonseca, que é também presidente em exercício da CPLP, assumiu que gostaria que a Guiné Equatorial tivesse um progresso político "mais rápido", depois de se comprometer a abolir a pena de morte na adesão à organização comunitária.
"Como Presidente de Cabo Verde e da CPLP e como cidadão democrata, gostaria de ver um progresso político na Guiné de forma mais rápida e clara", afirmou Jorge Carlos Fonseca à saída da cerimónia de atribuição do título 'Honoris Causa' pela Universidade Portucalense, no Porto.
Contudo, o chefe de Estado cabo-verdiano sublinhou ter sido nessa sua presidência da CPLP, prolongada devido à pandemia da covid-19, que pela primeira vez se definiu um programa de integração da Guiné Equatorial na organização.
E, com base nesse programa, têm sido feitas várias missões de avaliações, apontando a responsabilidade de todos em ajudar a Guiné Equatorial a "sintonizar-se cada vez mais" com os princípios da CPLP, ressalvou.
"Vamos trabalhar para que esta integração seja feita de forma crescente", considerou Jorge Carlos Fonseca.
A abolição da pena de morte foi um dos compromissos da Guiné Equatorial para a adesão à CPLP, durante a presidência timorense da organização, na cimeira de Díli, em 2014.
A Guiné Equatorial assegurou, em março deste ano, nas Nações Unidas, que o novo Código Penal, a aprovar pelo Parlamento, acaba com a pena de morte, mas juristas equato-guineenses defendem que não garante a abolição e reclamam mudanças legislativas mais amplas.
Jorge Carlos Fonseca frisou que, na sua visita oficial à Guiné Equatorial, como Presidente de Cabo Verde e da CPLP, fará a avaliação do que tem sido o percurso deste país no cumprimento do programa.
-0- PANA CS/IZ 21junho2021