PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Jean Ping legitima intenções secretas da Europa no Magrebe
Dakar, Senegal (PANA) – O presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, e o seu homólogo da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, apoiaram os movimentos sociais em curso no Magrebe, indica um comunicado conjunto.
No entanto, o comunicado ignora o desprezo com o qual a Europa e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) continua a tratar o roteiro da União Africana (UA) para uma resolução da crise na Líbia, bem como a destruição sistemática lançada pela Europa contra este país membro da organização pan-africana.
A nota, que demonstrou uma falta de discernimento em relação às intenções secretas que subetendem a iniciativa belicista de França, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, nomeadamente na Líbia, afirma que « os acontecimentos ocorridos recentemente na África do Norte e as repercussões que eles tiveram em toda a região demonstraram como os nossos dois continentes são próximos ».
Convém lembrar que as autoridades do Tchad, do Níger, do Mali, países fronteiriços com a Líbia, chamaram a atenção da comunidade internacional para os riscos que fazem correr aos seus países a livre circulação das armas de guerra provenientes do conflito líbio, que poderiam reforçar os arsenais da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e ameaçar a segurança dos países desta região.
O comunicado indica que « as mudanças em curso são encorajadoras, mas elas comportam também uma larga parte de desafios para os nossos parceiros, que começaram a edificar sociedades verdadeiramente democráticas, e para a comunidade internacional, que deve responder às aspirações de reformas políticas e de Justiça social ».
« Estas transformações oferecem igualmente formidáveis possibilidades de aprofundar a nossa parceria UE-África . Elas testemunham que a democracia, os direitos humanos, o Estado de Direito e o desenvolvimento solidário são cruciais para que um Estado funcione de forma viável e no interesse do seu povo. Elas demonstram igualmente até que ponto a estratégia comum entre a União Africana e União Europeia é vital », prossegue o comunicado.
Ele lembra a justo título o impacto positivo que poderão exercer os direitos humanos sobre o desenvolvimento económico dos países, ignorando a destruição à qual as operações militares europeias submetem as conquistas de desenvolvimento socioeconómico que a Líbia não deveria invejar aos países produtores de petróleo do continente africano.
"É evidente que nenhum crescimento económico em África será sustentável nem solidário enquanto os fundamentos políticos em que se baseia qualquer sociedade democrática não forem instalados. Sem eles, o povo não pode realizar toda a sua potencialidade, sentir-se membro da sociedade e partilhar a prosperidade do seu país", sublinhou.
"Por isso as mudanças que abalam África hoje são tão importantes. Elas lembram-nos que existem muitos lugares onde os indivíduos estão privados da possibilidade de assumir a sua vida, de participar na tomada de decisões e de contribuir para a estabilidade económica do seu país. O número particularmente elevado de jovens pessoas que apelam para a mudança deverá lembrar-nos que a emancipação da juventude é fundamental para construir um futuro melhor", indica o comunicado.
« A democracia participativa consiste em construir pontes, no interior dos Estados e entre eles, mas sobretudo entre as pessoas. No nosso mundo conetado, os contactos entre os indivíduos são essenciais para forjar laços sólidos entre empresários, professores universitários, estudantes e artistas, a fim de ultrapassar as perceções obsoletas. É ao mesmo tempo vital e evidente para a democracia e o desenvolvimento, é o humano que domina », observaram Jean Ping e Manuel Barroso.
O presidente da Comissão Africana ignorou a evidência segundo a qual as relações internacionais não são baseadas no sentimento e na ingenuidade mas nos interesses e que os até agora ganhos por África das suas relações com a Europa são diferentes do endividamento, da pilhagem dos seus recursos naturais, entre outros,
"Temos numerosas razões de estar otimistas quanto às perspetivas de África e à parceria entre África e a Europa. A nossa estratégia comum e as nossas duas Comissões vão orientar-nos nesta simples viagem que iniciamos juntos. Não será sempre um rio tranquilo, mas o simples facto de seguirmos o caminho será favorável », sustentou.
-0- PANA SSB/FK/TON 5junho2011
No entanto, o comunicado ignora o desprezo com o qual a Europa e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) continua a tratar o roteiro da União Africana (UA) para uma resolução da crise na Líbia, bem como a destruição sistemática lançada pela Europa contra este país membro da organização pan-africana.
A nota, que demonstrou uma falta de discernimento em relação às intenções secretas que subetendem a iniciativa belicista de França, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, nomeadamente na Líbia, afirma que « os acontecimentos ocorridos recentemente na África do Norte e as repercussões que eles tiveram em toda a região demonstraram como os nossos dois continentes são próximos ».
Convém lembrar que as autoridades do Tchad, do Níger, do Mali, países fronteiriços com a Líbia, chamaram a atenção da comunidade internacional para os riscos que fazem correr aos seus países a livre circulação das armas de guerra provenientes do conflito líbio, que poderiam reforçar os arsenais da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e ameaçar a segurança dos países desta região.
O comunicado indica que « as mudanças em curso são encorajadoras, mas elas comportam também uma larga parte de desafios para os nossos parceiros, que começaram a edificar sociedades verdadeiramente democráticas, e para a comunidade internacional, que deve responder às aspirações de reformas políticas e de Justiça social ».
« Estas transformações oferecem igualmente formidáveis possibilidades de aprofundar a nossa parceria UE-África . Elas testemunham que a democracia, os direitos humanos, o Estado de Direito e o desenvolvimento solidário são cruciais para que um Estado funcione de forma viável e no interesse do seu povo. Elas demonstram igualmente até que ponto a estratégia comum entre a União Africana e União Europeia é vital », prossegue o comunicado.
Ele lembra a justo título o impacto positivo que poderão exercer os direitos humanos sobre o desenvolvimento económico dos países, ignorando a destruição à qual as operações militares europeias submetem as conquistas de desenvolvimento socioeconómico que a Líbia não deveria invejar aos países produtores de petróleo do continente africano.
"É evidente que nenhum crescimento económico em África será sustentável nem solidário enquanto os fundamentos políticos em que se baseia qualquer sociedade democrática não forem instalados. Sem eles, o povo não pode realizar toda a sua potencialidade, sentir-se membro da sociedade e partilhar a prosperidade do seu país", sublinhou.
"Por isso as mudanças que abalam África hoje são tão importantes. Elas lembram-nos que existem muitos lugares onde os indivíduos estão privados da possibilidade de assumir a sua vida, de participar na tomada de decisões e de contribuir para a estabilidade económica do seu país. O número particularmente elevado de jovens pessoas que apelam para a mudança deverá lembrar-nos que a emancipação da juventude é fundamental para construir um futuro melhor", indica o comunicado.
« A democracia participativa consiste em construir pontes, no interior dos Estados e entre eles, mas sobretudo entre as pessoas. No nosso mundo conetado, os contactos entre os indivíduos são essenciais para forjar laços sólidos entre empresários, professores universitários, estudantes e artistas, a fim de ultrapassar as perceções obsoletas. É ao mesmo tempo vital e evidente para a democracia e o desenvolvimento, é o humano que domina », observaram Jean Ping e Manuel Barroso.
O presidente da Comissão Africana ignorou a evidência segundo a qual as relações internacionais não são baseadas no sentimento e na ingenuidade mas nos interesses e que os até agora ganhos por África das suas relações com a Europa são diferentes do endividamento, da pilhagem dos seus recursos naturais, entre outros,
"Temos numerosas razões de estar otimistas quanto às perspetivas de África e à parceria entre África e a Europa. A nossa estratégia comum e as nossas duas Comissões vão orientar-nos nesta simples viagem que iniciamos juntos. Não será sempre um rio tranquilo, mas o simples facto de seguirmos o caminho será favorável », sustentou.
-0- PANA SSB/FK/TON 5junho2011