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Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde enfrenta ainda “grandes precariedades” na disponibilização de água - PR
Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde continua ainda com “grandes precariedades” no abastecimento da água à sua população. apesar do aumento da disponibilização deste líquido precioso de qualidade, declarou neste fim de semana o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.
Falando no ato de abertura duma mesa redonda sobre o Fundo Rotativo para a Água e Saneamento na cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca, alertou que, apesar da disponibilização de água de qualidade ter aumentado de forma regular, estando 64,1 porcento da população, em 2016, ligada à rede pública de abastecimento, “isso não significa que a batalha esteja definitivamente ganha”.
Disse que, em muitas partes do país, mulheres e crianças despendem muitas horas, diariamente, para adquirir a água para as necessidades diárias.
“Nas áreas ligadas à rede pública, o abastecimento varia entre 40-60 litros/dia per capita e nas áreas servidas por chafarizes/fontanários, ele é de cerca de 10-20 litros/dia, dados muito distantes dos 110 litros por dia per capita, preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, precisou o chefe de Estado.
Salientou que as condições naturais de Cabo Verde, sem recursos hídricos de superfície, exigem do país “um esforço suplementar e uma capacidade criativa apurada para, num contexto de uma procura crescente da água, gerir os parcos recursos hídricos e resolver os problemas de saúde pública”.
Sublinhou que, devido à escassez das chuvas e à ausência de cursos de água permanentes, o país é cada vez mais obrigado a "socorrer-se da água do mar para produzir água potável", dependendo atualmente o consumo doméstico da água em 80 porcento da dessalinização.
"As necessidades das pessoas são muito acentuadas e os desafios de grande envergadura", disse Jorge Carlos Fonseca.
A seu ver, resolver os problemas do setor da água e saneamento surge como um imperativo em Cabo Verde, não só porque tais problemas obstaculizam a marcha da edificação de uma sociedade justa, mas também porque se colocam graves problemas” de saúde pública.
“O país precisa atrever-se mais, ousar inovar também no setor da água e saneamento promovendo uma cooperação estreita entre os profissionais da saúde, os especialistas em saúde pública, os engenheiros e os especialistas e trabalhadores sociais para, numa abordagem holística e integrada, vencer-se os desafios da saúde pública equacionando os problemas dos dois setores”, defendeu o chefe do Estado cabo-verdiano.
Já no que se refere ao saneamento, este último recpnheceu que os progressos são mais limitados, visto que, frisou, “apenas cerca de 25 porcento da população se encontra ligada à rede de esgotos, enquanto aproximadamente 56 porcento possuem fossa séptica” e “a recolha e o tratamento de resíduos sólidos ainda conhecem muitas limitações".
Nese sentido, ele reconheceu que Cabo Verde "precisará da cooperação internacional para sanear o setor da água e saneamento", sublinhando, em paralelo com a questão financeira, a importância da cooperação técnica e da troca de conhecimentos, sobretudo no domínio da gestão deste bem.
Por sua vez, o ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, assinalou as necessidades financeiras de 634 milhões de euros em 20 anos, em média 31,7 milhões por ano, para que "todos os Cabo-verdianos possam ter acesso a água e saneamento de forma condigna", não pagando mais de 5 porcento do rendimento.
O governante apontou que o Fundo Rotativo da Água e Saneamento, recentemente aprovado pelo Governo, "vai contribuir para a melhoria da governança da água e do saneamento em Cabo Verde", adiantando que foi já feita uma primeira contribuição de 4,5 milhões de euros por parte do Luxemburgo.
"Estes recursos são muito importantes, mas não chegam e há necessidade ainda de fazer advocacia deste instrumento financeiro para que possamos de facto montar todo este mecanismo", acrescentou.
Para o ministro, esta mesa redonda, que decorreu sexta-feira na cidade da Praia, com a presença de representantes dos principais parceiros internacionais de Cabo Verde, “é uma oportunidade de receber contribuições dos parceiros e financiadores para, ao longo de 2017, se consolidar o processo de criação do Fundo Rotativo da Água e Saneamento”.
-0- PANA CS/DD 10junho2017
Falando no ato de abertura duma mesa redonda sobre o Fundo Rotativo para a Água e Saneamento na cidade da Praia, Jorge Carlos Fonseca, alertou que, apesar da disponibilização de água de qualidade ter aumentado de forma regular, estando 64,1 porcento da população, em 2016, ligada à rede pública de abastecimento, “isso não significa que a batalha esteja definitivamente ganha”.
Disse que, em muitas partes do país, mulheres e crianças despendem muitas horas, diariamente, para adquirir a água para as necessidades diárias.
“Nas áreas ligadas à rede pública, o abastecimento varia entre 40-60 litros/dia per capita e nas áreas servidas por chafarizes/fontanários, ele é de cerca de 10-20 litros/dia, dados muito distantes dos 110 litros por dia per capita, preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, precisou o chefe de Estado.
Salientou que as condições naturais de Cabo Verde, sem recursos hídricos de superfície, exigem do país “um esforço suplementar e uma capacidade criativa apurada para, num contexto de uma procura crescente da água, gerir os parcos recursos hídricos e resolver os problemas de saúde pública”.
Sublinhou que, devido à escassez das chuvas e à ausência de cursos de água permanentes, o país é cada vez mais obrigado a "socorrer-se da água do mar para produzir água potável", dependendo atualmente o consumo doméstico da água em 80 porcento da dessalinização.
"As necessidades das pessoas são muito acentuadas e os desafios de grande envergadura", disse Jorge Carlos Fonseca.
A seu ver, resolver os problemas do setor da água e saneamento surge como um imperativo em Cabo Verde, não só porque tais problemas obstaculizam a marcha da edificação de uma sociedade justa, mas também porque se colocam graves problemas” de saúde pública.
“O país precisa atrever-se mais, ousar inovar também no setor da água e saneamento promovendo uma cooperação estreita entre os profissionais da saúde, os especialistas em saúde pública, os engenheiros e os especialistas e trabalhadores sociais para, numa abordagem holística e integrada, vencer-se os desafios da saúde pública equacionando os problemas dos dois setores”, defendeu o chefe do Estado cabo-verdiano.
Já no que se refere ao saneamento, este último recpnheceu que os progressos são mais limitados, visto que, frisou, “apenas cerca de 25 porcento da população se encontra ligada à rede de esgotos, enquanto aproximadamente 56 porcento possuem fossa séptica” e “a recolha e o tratamento de resíduos sólidos ainda conhecem muitas limitações".
Nese sentido, ele reconheceu que Cabo Verde "precisará da cooperação internacional para sanear o setor da água e saneamento", sublinhando, em paralelo com a questão financeira, a importância da cooperação técnica e da troca de conhecimentos, sobretudo no domínio da gestão deste bem.
Por sua vez, o ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, assinalou as necessidades financeiras de 634 milhões de euros em 20 anos, em média 31,7 milhões por ano, para que "todos os Cabo-verdianos possam ter acesso a água e saneamento de forma condigna", não pagando mais de 5 porcento do rendimento.
O governante apontou que o Fundo Rotativo da Água e Saneamento, recentemente aprovado pelo Governo, "vai contribuir para a melhoria da governança da água e do saneamento em Cabo Verde", adiantando que foi já feita uma primeira contribuição de 4,5 milhões de euros por parte do Luxemburgo.
"Estes recursos são muito importantes, mas não chegam e há necessidade ainda de fazer advocacia deste instrumento financeiro para que possamos de facto montar todo este mecanismo", acrescentou.
Para o ministro, esta mesa redonda, que decorreu sexta-feira na cidade da Praia, com a presença de representantes dos principais parceiros internacionais de Cabo Verde, “é uma oportunidade de receber contribuições dos parceiros e financiadores para, ao longo de 2017, se consolidar o processo de criação do Fundo Rotativo da Água e Saneamento”.
-0- PANA CS/DD 10junho2017