Burundi e Somália pedem cimeira "urgente" de contribuintes da AMISOM
Bujumbura, Burundi (PANA) – O Burundi e a Somália reclamam por uma cimeira “urgente” dos chefes de Estado e de Governo dos países contribuintes de tropas para a Missão Africana de Manutenção da Paz na Somália (AMISOM), cuja retirada está projetada para antes do fim deste ano.
O pedido surge numa altura em que persiste a ameaça de islamitas radicais contra o poder central em Mogadíscio, soube-se esta quarta-feira no termo de uma visita de dois dias do Presidente somalí ao Burundi.
O chefe de Estado somalí, Mohamed Abdullahi Mohamed, terminou terça-feira à noite uma visita oficial de dois dias ao Burundi, centrada essencialmente numa recente decisão do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) de proceder à retirada progressiva dos contingentes da AMISOM, a começar por um milhar de militares burundeses antes do fim de fevereiro corrente.
Num comunicado conjunto que sancionou a visita, o chefe de Estado burundês, Pierre Nkurunziza, e o seu homólogo somalí entenderam-se sobre a urgência de uma cimeira dos países contribuintes de tropas para a AMISOM para melhor coordenar as operações de retirada.
Por enquanto, apenas a retirada do contingente burundês da AMISOM foi anunciada e deverá ser efetiva, a partir de 28 de fevereiro próximo, o que suscitou um sentimento “de injustiça”, em Bujumbura.
O impacto financeiro em torno dos cinco mil e 400 militares burundeses da AMISOM é julgado importante para o poder burundês, remunerado proporcionalmente em função dos efetivos e dos equipamentos
Os militares burundeses também se batem para ir à Somália, uma missão que rende financeiramente muito dinheiro em relação aos seus companheiros de armas que trabalham no seu país, reconhecem uns e outros.
Lobbies antigovernamentais estão a atuar nos últimos dias para pedir a retirada das tropas burundesas das Missões de Manutenção da Paz no exterior, enquanto falta segurança no país, desde a grave crise política e dos direitos humanos, na sequência das controversas eleições de 2015 marcadas por violência.
Vários polícias burundeses de manutenção da paz na República Centroafricana (RCA) já foram expulsos, em 2016, deste país, pela sua suposta implicação na repressão do movimento insurrecional contra o terceiro mandato presidencial de cinco anos de 2015, lembre-se.
-0- PANA FB/JSG/FK/IZ 20fev2019