PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Pesquisador deplora atraso de África no domínio científico
Dakar- Senegal (PANA) -- África está num enorme atraso em matéria de pesquisa científica e técnica, estimou quarta-feira em Dakar um pesquisador, Cheikh Mbacké Diop, membro da Associação KHEPERA, uma organização baseada em França.
Falando durante um simpósio de quatro dias sobre os Estados Unidos de África, iniciado segunda-feira última na capital senegalesa, Diop fez uma comparação entre certos indicadores em África e os de outros blocos geográficos que evidenciou a insuficiência dos meios alocados à pesquisa no continente negro.
A contribuição de África para as despesas destinadas à pesquisa- desenvolvimento no mundo só representa 0,6 por cento contra 37 por cento para os Estados Unidos, 31,5 por cento para a Ásia e 27,3 por cento para a Europa.
Ao passo que certos continentes se encontram numa dinâmica de crescimento da percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) consagrado à pesquisa- desenvolvimento, a África só atribui 0,3 por cento do seu PIB a este sector.
"Estes dados são derisórios", indignou-se por sua vez o professor Massamba Lam da Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar (UCAD).
"Se África consagrasse 2 por cento do seu PIB à pesquisa-desenvolvimento, isto representaria actualmente 33 biliões de dólares americanos, ou seja duas vezes menos do que o da Alemanha em 2006, quatro vezez menos do que a China e 10 vezes inferior ao dos Estados Unidos", declarou o pesquisador Diop.
Ele estimou derisório o montante de 158 milhões de dólares americanos durante cinco anos do Plano de Apoio aos Programas Científicos Africanos.
Na sua opinião, África só dispõe de 1 por cento dos pesquisadores no mundo, o que, a seu ver, corresponde aos dados mais baixos reduzidos ao número de habitantes.
Diop sublinhou ainda que a África Subsariana está em atraso, ao dispor apenas de 17 mil pesquisadores contra 73 mil para a África do Norte.
No tocante aos orçamentos consagrados às universidades, uma pequena comparação salienta uma disparidade demasiado entre o Norte e o Sul, indicou.
Enquanto a Universidade Pierre et Marie Curie, que ocupa o 104º lugar nesta matéria, dispõe de um orçamento de 520 milhões de dólares americanos para 30 mil estudantes e cinco mil 500 docentes-pesquisadores, o orçamento da Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar (UCAD) estima-se em 39 milhões de dólares americanos para 55 mil estudantes e mil 100 docentes, assinalou Diop.
A UCAD ocupa 14º lugar da classificação das universidades africanas e a 3111º ao nível mundial, disse.
A Cape Town University da África do Sul, acrescentou, está melhor dotado do que a UCAD com um orçamento de 200 milhões de dólares americanos para 22 mil estudantes e dois mil 500 docentes.
A disparidade é ainda significativa quando se compara os meios disponibilizados para grandes centros de pesquisas nacionais nos países do Norte, frisou.
Ele mencionou igualmente o Laboratório Nacional de Los Angeles (LANL), nos Estados Unidos, que dispõe de um orçamento de dois biliões de dólares americanos, quase equivalente ao do Estado do Senegal estimado, em 2008, em três biliões 300 milhões de dólares americanos.
Segundo Diop, além do défice dos meios financeiros, nota-se ainda a falta de visão e de métodos estratégicos globais a médio e longo prazos, bem como a falta de objectivos precisos que explicam este atraso da África nesta matéria.
"A pesquisa científica parece muitas as vezes descoordenada e pilotada com financiamentos externos e com a individualidade dos pesquisadores", lamentou.
O défice e a instabilidade do fornecimento eléctrico, a subindustrialização crónica da África, a falta de visibilidade da pesquisa africana, entre outros males, justificam também o atraso de África n~este capítulo, frisou.
Diop estimou que, para suprir uma parte do fosso que a separa do Norte, África deve definir escalas de tempos do desenvolvimento, identificar as necessidades e fixar objectivos prioritários.
"A junção entre o científico, o industrial e o político parece incontornável para que o renascimento científico da África seja bem sucedida", concluiu.
Falando durante um simpósio de quatro dias sobre os Estados Unidos de África, iniciado segunda-feira última na capital senegalesa, Diop fez uma comparação entre certos indicadores em África e os de outros blocos geográficos que evidenciou a insuficiência dos meios alocados à pesquisa no continente negro.
A contribuição de África para as despesas destinadas à pesquisa- desenvolvimento no mundo só representa 0,6 por cento contra 37 por cento para os Estados Unidos, 31,5 por cento para a Ásia e 27,3 por cento para a Europa.
Ao passo que certos continentes se encontram numa dinâmica de crescimento da percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) consagrado à pesquisa- desenvolvimento, a África só atribui 0,3 por cento do seu PIB a este sector.
"Estes dados são derisórios", indignou-se por sua vez o professor Massamba Lam da Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar (UCAD).
"Se África consagrasse 2 por cento do seu PIB à pesquisa-desenvolvimento, isto representaria actualmente 33 biliões de dólares americanos, ou seja duas vezes menos do que o da Alemanha em 2006, quatro vezez menos do que a China e 10 vezes inferior ao dos Estados Unidos", declarou o pesquisador Diop.
Ele estimou derisório o montante de 158 milhões de dólares americanos durante cinco anos do Plano de Apoio aos Programas Científicos Africanos.
Na sua opinião, África só dispõe de 1 por cento dos pesquisadores no mundo, o que, a seu ver, corresponde aos dados mais baixos reduzidos ao número de habitantes.
Diop sublinhou ainda que a África Subsariana está em atraso, ao dispor apenas de 17 mil pesquisadores contra 73 mil para a África do Norte.
No tocante aos orçamentos consagrados às universidades, uma pequena comparação salienta uma disparidade demasiado entre o Norte e o Sul, indicou.
Enquanto a Universidade Pierre et Marie Curie, que ocupa o 104º lugar nesta matéria, dispõe de um orçamento de 520 milhões de dólares americanos para 30 mil estudantes e cinco mil 500 docentes-pesquisadores, o orçamento da Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar (UCAD) estima-se em 39 milhões de dólares americanos para 55 mil estudantes e mil 100 docentes, assinalou Diop.
A UCAD ocupa 14º lugar da classificação das universidades africanas e a 3111º ao nível mundial, disse.
A Cape Town University da África do Sul, acrescentou, está melhor dotado do que a UCAD com um orçamento de 200 milhões de dólares americanos para 22 mil estudantes e dois mil 500 docentes.
A disparidade é ainda significativa quando se compara os meios disponibilizados para grandes centros de pesquisas nacionais nos países do Norte, frisou.
Ele mencionou igualmente o Laboratório Nacional de Los Angeles (LANL), nos Estados Unidos, que dispõe de um orçamento de dois biliões de dólares americanos, quase equivalente ao do Estado do Senegal estimado, em 2008, em três biliões 300 milhões de dólares americanos.
Segundo Diop, além do défice dos meios financeiros, nota-se ainda a falta de visão e de métodos estratégicos globais a médio e longo prazos, bem como a falta de objectivos precisos que explicam este atraso da África nesta matéria.
"A pesquisa científica parece muitas as vezes descoordenada e pilotada com financiamentos externos e com a individualidade dos pesquisadores", lamentou.
O défice e a instabilidade do fornecimento eléctrico, a subindustrialização crónica da África, a falta de visibilidade da pesquisa africana, entre outros males, justificam também o atraso de África n~este capítulo, frisou.
Diop estimou que, para suprir uma parte do fosso que a separa do Norte, África deve definir escalas de tempos do desenvolvimento, identificar as necessidades e fixar objectivos prioritários.
"A junção entre o científico, o industrial e o político parece incontornável para que o renascimento científico da África seja bem sucedida", concluiu.