Governo são-tomense prepara Orçamento Geral do Estado para 2019
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O Governo são-tomense liderado pelo primeiro-ministro Jorge Bom Jesus iniciou a elaboração do seu Orçamento Geral do Estado, auscultando a população sobre as reais necessidades de cada região para que o instrumento corresponda às realidades do país, soube-se sábado de fonte oficial, em São Tomé.
Na roça Agostinho Neto, antiga empresa agrícola de São Tomé, Jorge Bom Jesus mostrou-se preocupado com a degradação da vida social, e disse que o seu Executivo tem como meta "trabalhar para o povo".
Jorge Bom Jesus sublinhou que “a miséria tomou conta do país" e por isso decidiu, em conjunto com a sua equipa, "transformar cada dia como sendo de realização.”
“Não estou preocupado com quantos dias vou permanecer no Governo, mas sim com o futuro, porque o que nos espera é maior do que as nossas ambições. Não podemos ter o orgulho de querermos trabalhar sozinhos”, enfatizou, dirigindo-se a centenas de populares presentes no encontro.
O primeiro-ministro são-tomense alertou que “só com o trabalho o país poderá alcançar o desenvolvimento”, tendo explicado que o atual ritmo de crescimento "não satisfaz (4 porcento)", uma vez que a média exigida é de sete porcento.
Por seu turno, Osvaldo Vaz, ministro das Finanças e Economia Azul, que tem estado no terreno com Jorge Bom Jesus na elaboração do “orçamento participativo”, revelou que a economia nacional "está de rastos segundo as últimas previsões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional".
“As receitas internas não chegam nem sequer para pagar salários na Função Pública, temos que recorrer aos empréstimos bancários, é uma prática que herdamos da anterior governação", afirmou, defendendo que “não podemos esconder a verdade e dizer que tudo está bem, como no passado".
Disse que o seu Governo pediu às organizações internacionais que digam a verdade ao povo, quando dão entrevistas no final das suas missões.
O Orçamento Geral do Estado em elaboração vai ser apresentado ao Parlamento, em março de 2019, mas o FMI alertou o Governo que o país terá que implementar necessariamente a reforma fiscal, com vista a tornar a economia mais dinâmica.
Segundo Osvaldo Vaz, o atual sistema tributário penaliza os pobres e favorece os ricos, apontando como um dos exemplos a fuga ao fisco por parte de muitas empresas e pessoas individuais.
O governante garantiu que a elevação de São Tomé e Príncipe à categoria de país de desenvolvimento médio se refletiu na diminuição das ajudas externas, de apoio ao desenvolvimento.
"Nós temos que financiar, com os nossos recursos, o setor da saúde. No passado, tínhamos muitos apoios, temos que financiar a educação, desde o início do ano que as crianças já não tem comida na escola. Estamos a trabalhar para que haja refeição quente, para que não haja desistência escolar”, concluiu.
-0- PANA RMG/IZ 17fev2019