Vigilantes de segurança privada em greve de três dias em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANAS) - Os vigilantes de segurança privada, em Cabo Verde, iniciaram segunda-feira uma greve de três dias, para reivindicarem uma nova grelha salarial mais justa para a classe, apurou a PANA, na cidade da Praia.
A paralisação foi confirmada à imprensa pelo presidente do Sindicato Nacional dos Agentes de Segurança Pública e Privada, Serviços, Agricultura, Comércio e Pesca (SINTSEL), Manuel Barros.
O líder sindical defendeu um consenso sobre o Preço Indicativo de Referência (PIR), praticado pelas empresas de segurança privada, e a implementação da grelha salarial dos vigilantes, com base num acordo firmado com o Governo, em 2017, para vigorar, em 2018, o que até agora “não foi possível”.
Ele disse que as empresas prometeram que esta nova grelha iria entrar em vigor, em janeiro deste ano, "e novamente não foi cumprido”, explicou.
“Queremos mostrar a nossa insatisfação, é o Governo que regula o setor e o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, esteve envolvido nesse acordo, portanto, tem de dar uma resposta às empresas para que os vigilantes possam ter o que exigem”, ressaltou sindicalista.
Ressalvou contudo que os grevistas estão “abertos à negociações”.
Mas assegurou que, enquanto não houver uma “resposta positiva” por parte do Governo e da Associação Nacional das Empresas de Segurança Privada (ANESP) a greve continua.
Já o presidente da ANESP diz que respeita a greve, mas assegura que não entende o porquê da sua realização, tendo em conta que "os sindicatos sabem a razão pela qual ainda não foi implementada a nova grelha salarial".
Entretanto, a União Nacional do Trabalhadores de Cabo Verde (UNTC-CS) denunciou, esta terça-feira, as manobras e tentativas do Governo de enfraquecer a luta dos vigilantes.
Segundo a central sindical, o Governo convocou três sindicatos que não os representa para discutirem sobre “assuntos relacionados com a luta dessa classe, menosprezando e preterindo a equipa do sindicato SINTSEL que lidera o pré-aviso de greve”.
A denúncia foi feita pela secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, precisando que o vice-primeiro-ministro esteve reunido com três sindicatos, e que dois deles, "não representam a classe dos vigilantes".
Caso seja tomada qualquer decisão, advertiu, a central sindical irá impugnar a mesma por ser uma violação da lei e das Convenções da Organização internacional do Trabalho (OIT).
“Acusamos a atitude arrogante, abusiva, antidialogante e insensível do Governo na resolução dos problemas dos vigilantes.
"A greve convocada pelo Sindicato SINTSEL é legal, porque é o mais representativo sindicato dos vigilantes e representa mais de 400 vigilantes", disse.
-0- PANA CS/IZ 22set2020