PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Rutura de peças sobressalentes nos Camarões
Doualá, Camarões (PANA) – Os comerciantes nigerianos de peças sobressalentes de automóveis nos Camarões receiam uma rutura dos seus stocks na sequência do encerramento das fronteiras terrestres entre o noroeste e o sudoeste dos Camarões e a Nigéria.
"Há uma semana, sou esperado na Nigéria para renovar alguns contratos com os meus fornecedores de peças de automóveis. Mas, não consigo deslocar-me devido ao encerramento de todas as estradas no sudoeste dos Camarões por onde tenho costume de passar", explica Elias Ogun, diretor-geral dum estabelecimento de venda de peças sobressalentes em Mvog-Ada, um bairro de Yaoundé, a capital política dos Camarões.
Na sequência da ameaça da febre de Ébola, que já fez quatro mortos na Nigéria, os governadores das províncias do sudoeste e do noroeste dos Camarões decidiram, há 10 dias, encerrar as fronteiras terrestres das suas respetivas localidades com a Nigéria, a título preventivo.
Devido ao encerramento destas fronteiras, vendedores nigerianos de peças sobressalentes para veículos receiam ruturas de stoks.
« Os armazéns podem estar vazios nos próximos dias se os abastecimentos não forem feitos », queixa-se Christopher Lena, vice-presidente dos comerciantes nigerianos do Campo Yabassi, em Doualá.
Outros comerciantes nigerianos de peças sobressalentes de automóveis declararam terem feito encomendas pouco antes do encerramento das fronteiras entre os Camarões e a Nigéria.
« Esta medida está a penalizar-me duplamente. Não somente não consigo ter a minha mercadoria mas o meu capital está igualmente bloqueado nele. É um dinheiro que não frutifica, enquanto fiz empréstimos para me relançar », afirma Aloysys Uche, um comerciante nigeriano.
Além das multinacionais concessionárias automóveis instaladas nos Camarões, o comércio das peças sobressalentes neste setor é dominado pelos nigerianos.
A Nigéria continua a ser a principal fornecedora de peças sobressalentes de automóveis nos Camarões. A título de exemplo, o volume das importações globais dos Camarões provenientes da Nigéria estava avaliado em 22 e 17,8 porcento em 2011 e 2012, respetivamente.
Segundo o ministro camaronês do Comércio, Luc Magloire Mbarga Atanagana, as trocas comerciais entre a Nigéria e os Camarões estão avaliadas anualmente em 382 biliões de francos CFA (mais de 289 milhões e 800 mil dólares americanos), exceto os produtos do contrabando que entram fraudulentamente nos Camarões devido à porosidade da fronteira terrestre de cerca de mil e 600 quilómetros de comprimento.
Comerciantes nigerianos afirmam que o encerramento das fronteiras terrestres decidido a 18 de agosto de 2014 entre os Camarões e o seu país seria prejudicial para as trocas comerciais entre os dois países.
Além das peças sobressalentes de automóveis, os Camarões importam igualmente da Nigéria aparelhos eletrónicos, produtos de beleza, détergentes e cigarros.
-0- PANA NNM/JSG/IBA/FK/TON 29ago2014
"Há uma semana, sou esperado na Nigéria para renovar alguns contratos com os meus fornecedores de peças de automóveis. Mas, não consigo deslocar-me devido ao encerramento de todas as estradas no sudoeste dos Camarões por onde tenho costume de passar", explica Elias Ogun, diretor-geral dum estabelecimento de venda de peças sobressalentes em Mvog-Ada, um bairro de Yaoundé, a capital política dos Camarões.
Na sequência da ameaça da febre de Ébola, que já fez quatro mortos na Nigéria, os governadores das províncias do sudoeste e do noroeste dos Camarões decidiram, há 10 dias, encerrar as fronteiras terrestres das suas respetivas localidades com a Nigéria, a título preventivo.
Devido ao encerramento destas fronteiras, vendedores nigerianos de peças sobressalentes para veículos receiam ruturas de stoks.
« Os armazéns podem estar vazios nos próximos dias se os abastecimentos não forem feitos », queixa-se Christopher Lena, vice-presidente dos comerciantes nigerianos do Campo Yabassi, em Doualá.
Outros comerciantes nigerianos de peças sobressalentes de automóveis declararam terem feito encomendas pouco antes do encerramento das fronteiras entre os Camarões e a Nigéria.
« Esta medida está a penalizar-me duplamente. Não somente não consigo ter a minha mercadoria mas o meu capital está igualmente bloqueado nele. É um dinheiro que não frutifica, enquanto fiz empréstimos para me relançar », afirma Aloysys Uche, um comerciante nigeriano.
Além das multinacionais concessionárias automóveis instaladas nos Camarões, o comércio das peças sobressalentes neste setor é dominado pelos nigerianos.
A Nigéria continua a ser a principal fornecedora de peças sobressalentes de automóveis nos Camarões. A título de exemplo, o volume das importações globais dos Camarões provenientes da Nigéria estava avaliado em 22 e 17,8 porcento em 2011 e 2012, respetivamente.
Segundo o ministro camaronês do Comércio, Luc Magloire Mbarga Atanagana, as trocas comerciais entre a Nigéria e os Camarões estão avaliadas anualmente em 382 biliões de francos CFA (mais de 289 milhões e 800 mil dólares americanos), exceto os produtos do contrabando que entram fraudulentamente nos Camarões devido à porosidade da fronteira terrestre de cerca de mil e 600 quilómetros de comprimento.
Comerciantes nigerianos afirmam que o encerramento das fronteiras terrestres decidido a 18 de agosto de 2014 entre os Camarões e o seu país seria prejudicial para as trocas comerciais entre os dois países.
Além das peças sobressalentes de automóveis, os Camarões importam igualmente da Nigéria aparelhos eletrónicos, produtos de beleza, détergentes e cigarros.
-0- PANA NNM/JSG/IBA/FK/TON 29ago2014