Cabo Verde detém polícia suspeito de associação criminosa
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde anunciou, quinta-feira, a detenção de um inspetor desta corporação por haver forte indicio de ele integrar uma associação criminosa de tráfico de droga na capital cabo-verdiana, Praia.
Em comunicado, a PJ esclarece que a detenção do inspetor, de 43 anos, mas cuja identidade não foi revelada, foi concretizada na quarta-feira, "em cumprimento de um mandado do Ministério Público".
A fonte precisa que o detido está "fortemente indiciado" da prática de crimes de adesão e colaboração com associação criminosa para tráfico de produtos estupefacientes e lavagem de capitais, corrupção e extorsão.
"Ainda na sequência do cumprimento de um mandado de busca à sua residência e gabinete de trabalho, foram apreendidos objetos de interesse para a investigação", lê-se no comunicado da PJ.
Segundo fontes citadas pelo jornal online “Santiago Mgazine”, a detenção do inspetor poderá estar relacionada ao mediático caso de tráfico de drogas batizado de “Operação Tróia”, cujos arguidos terão fugido do país em abril último.
Na altura, o diretor nacional da PJ prometeu investigar a fundo de modo a apurar o que se passou e como os implicados no caso saíram do país sem que as autoridades tivessem dado conta da fuga.
Na sequência da “Operação Tróia”, desencadeada a 03 de julho de 2019, no bairro de Eugénio Lima, na cidade da Praia, foram apreendidos 11.878 kg de cocaína e seus derivados, elevada quantia em dinheiro, armas de diversos calibres e seis viaturas.
Entre os meses de agosto de 2019 e junho de 2020 foram detidas 16 pessoas, com 12 delas ficando em prisão preventiva e quatro sob termo de identidade e residência.
Feito o julgamento, o tribunal chegou a fazer a leitura das sentenças, com penas que chegaram até aos 18 anos de reclusão, além do confisco de todos os bens apreendidos no processo.
No entanto, as penas impostas aos arguidos em primeira instância viram-se suspensas, uma vez que a defesa interpôs o pedido de habeas corpus, no dia 04 de janeiro, junto do Supremo Tribunal de Justiça que, por sua vez, deu provimento ao pedido.
Colocados em liberdade para aguardarem o desenrolar do processo, os arguidos fugiram do pais em circunstancias até agora não esclarecidas pelas autoridades.
-0- PANA CS/IZ 09julho2021