Cabo Verde com 36 por cento dos jovens sem emprego nem formação, diz UNICEF
Praia, Cabo Verde (PANA) – O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Cabo Verde, Steven Ursino, revelou, terça-feira, na cidade da Praia, que 36 por cento dos jovens cabo-verdianos, entre os 15 e os 34 anos de idade, estão fora do mercado de trabalho, nem frequentam uma formação, apurou a PANA de fonte segura.
Falando numa cerimónia de abertura do Diálogo Nacional para “Adolescentes e Jovens Instruídos, Saudáveis e Realizados – Rumo a um Compromisso de África Ocidental e Central”, Steven Ursino disse que os dados de 2020 apontam ainda que o número de alunos que completa o ensino decresce progressivamente, do ensino primário para o secundário, sobretudo quando se trata das meninas.
Segundo o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a nível da África Ocidental e Central, onde Cabo Verde está inserido, os dados de 2019 indicam que um em cada quatro raparigas adolescentes, e um em cada cinco rapazes adolescentes “não recebem qualquer educação e formação formal nem trabalham.”
Steven Ursino acrescentou que há “quase duas vezes mais jovens que não estudam, não se encontram numa formação e nem trabalham”, na África Ocidental e Central do que na África do Oriental e Austral.
Acrescentou que a África Ocidental e Central têm a maior taxa de nascimentos de adolescentes do mundo, e adolescentes e jovens do sexo feminino têm um risco mais elevado de contrair o VIH/Sida do que os rapazes e jovens do sexo masculino.
Estes dados, segundo o representante do UNICEF, “interpelam e demandam” a um “compromisso com uma política e ações concertadas, pelo que é esperado que esta abordagem ecossistémica” traga mudanças que favoráveis ao desenvolvimento sustentável.
Para tal, propõe o foco na transversalização da abordagem de género, complementado por serviços educativos e de saúde adaptados aos jovens, e o desenvolvimento de competências para a vida, que incluam as dimensões cognitiva, emocional e social.
“Forte envolvimento parental nos programas que dizem respeito à saúde, educação e bem-estar dos adolescentes e jovens, para que sejam mais eficazes e tenham mais impacto e investimento na formação de professores para que desenvolvam competências necessárias para lidar com programas de educação completa para a sexualidade”, mencionou.
Segundo referiu, cabe aos participantes deste diálogo darem o seu contributo para que a mudança se opere, rumo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, em termos de saúde, educação, género, redução de desigualdades e parcerias.
Para finalizar, assegurou que o UNICEF e o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) vão apoiar para que o compromisso “Adolescentes e Jovens Instruídos, Saudáveis e Realizados” seja uma realidade e que “nenhum adolescente ou jovem seja deixado para trás daqui até 2030”.
Em Cabo Verde, este diálogo foi promovido pelo Ministério da Saúde, e contou com a parceria do Escritório conjunto do PNUD, do FNUAP, do UNICEF e da Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO).
-0- PANA CS/DD 24nov2021