Civis vítimas de recrudescimento de conflitos intercomunitários no Sudão do Sul
Juba, Sudão do Sul (PANA) - Civis são vítimas de um recrudescimento dos conflitos intercomunitários em certos bolsos de insegurança no Sudão do Sul, declarou segunda-feira a Missão das Nações Unidas no mesmo país (UNMISS, sigla em inglês).
Num seu último relatório trimestral, a UNMISS mencionou atos de violência que afetam civis, precisamente de outubro a dezembro de 2023.
No documento, foram relatados, só no mês de março corrente, 233 incidentes com 862 vítimas, mortas ou feridas, raptadas ou sujeitas a atos de violência sexual, no âmbito do conflito armado.
O Estado de Warrap foi o principal palco com um aumento assustador de 87 por cento de vítimas em relação ao trimestre anterior, passando de 244 a 457 indivíduos.
O relatório esclarece que mais da metade das pessoas afetadas pela onda de violência foram atacadas no quadro do conflito em curso entre as comunidades Dinka Twic Mayardit, em Warrap, e Dinka Ngok, na região de Abyei.
"A UNMISS faz tudo o que pode para prevenir a violência e consolidar a paz nas zonas em conflito. Mas é necessária uma intervenção urgente das autoridades ao nível nacional, etático e local para resolverem conflitos subjacentes e consolidar a paz", declarou Nicholas Haysom, representante especial do Secretário-Geral e chefe da UNMISS.
O documento revela ainda um aumento de cerca de 55 por cento das vítimas de rapto, que passaram de 65 para 100, principalmente homens e rapazes.
Além disto, 104 vítimas foram submetidos a atos de violência sexual, das quais 63, entre as quais 12 menores, sofreram violências sexuais ligadas ao conflito.
Os restantes 41, principalmente meninas e mulheres, também foram violentadas da mesma e com sexismo.
Segundo a UNMISS, embora isto represente uma diminuição de 20 por cento do número de vítimas, em relação ao trimestre anterior, a violência sexual e sexista continua a ser uma das ameaças mais graves neste país.
-0- PANA MA/NFB/JSG/DD 19março2024