Mais de mil milhões de pessoas sem meios para dieta saudavel em África, diz UA
Rabat, Marrocos (PANA) - Mais de mil milhões de pessoas no continente continuam a sem meios para terem uma dieta saudável em comparação com 42 por cento ao nível mundial, declarou a comissária para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko.
Intervindo quinta-feira última, em Rabat (Marrocos), por ocasião da 33.ª Conferência Regional para África da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), a diplomata angolana disse que este número está a aumentar vertiginosamente devido à sobreposição de novas crises.
Indicou que as estatísticas apresentadas no panorama regional africano da segurança alimentar e da nutrição em 2023 indicam que cerca de 282.000.000 pessoas em África (cerca de 20 por cento da população) estão subnutridas, ou seja, um aumento de 57.000.000 pessoas desde o início da pandemia da covid-19.
“Precisamos, portanto, de uma ação urgente e abrangente, uma vez que África está a enfrentar uma crise alimentar sem precedentes, que se agrava todos os anos devido à sobreposição de novas crises”, destacou.
Para se combater este mal que atingiu proporções alarmantes no continente, ela defendeu como prioridades a apromoção de uma melhor produção, a transformação ampla na utilização de alimentos nativos através da intensificação dos investimentos no domínio da investigação, bem como, na salvaguarda da biodiversidade relevante, incluindo a mecanização em toda a cadeia de valor alimentar.
De acordo com Josefa Sacko, estas culturas órfãs, incluindo os produtos alimentares não-madeireiros, que compõem os principais alimentos básicos africanos, devem ser consideradas como as "culturas de oportunidade", tal como consta da estratégia “Visão para Culturas e Solos Adaptados”, lançada conjuntamente, muito recentemente, pela UA, pela FAO, pela Agência Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos (USAID, sigla em inglês) e por outros parceiros, como Agro-Parques Africanos Comuns (CAAP).
Outra ação urgente é a operacionalização efetiva do Quadro para a Mecanização Agrícola Sustentável em África (F-SAMA), incluindo o desenvolvimento de tecnologia adaptada às necessidades dos pequenos agricultores, em particular das mulheres e dos jovens.
Por outro lado, reiterou a colaboração entre UA e a FAO e destacou o apoio na implementação do acordo de comércio livre continental africano, especialmente no que diz respeito à promoção do comércio agrícola para o alcance da soberania alimentar através da redução das importações de alimentos em África.
-0- PANA JF/DD 16abril2024