PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Líderes africanos instados a beneficiar seus países de recursos naturais
Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Os líderes africanos devem garantir que o continente beneficie das vantagens da exploração atual dos recursos naturais do continente por conglomerados estrangeiros, declarou sexta-feira em Addis Abeba um alto funcionário da Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA).
"As grandes empresas dos países industrializados extraem recursos minerais de África, mas as suas atividades não têm nenhuma relação com a economia nacional", afirmou o chefe da Seção de Análise Macroeconómica da CEA, Adam Elhiraika.
Ele declarou a jornalistas durante o lançamento do relatório regional sobre "Situação e Perspetivas da Economia Mundial de 2013 (WESP)" que "os países africanos não podem contar com as agências da ONU nem como o mundo exterior para garantir que as vantagens acumuladas a partir dos seus recursos minerais e outros recursos naturais se reflitam na melhoria das condições de vida do seu povo".
O responsável da CEA apelou aos Governos africanos para cessar a produção e a exportação de produtos brutos de baixos preços.
« Pedimos-lhes para transformar as matérias-primas, pois desta forma podemos diversificar as economias africanas, criar mais empregos para os Africanos e aumentar o comércio intra-regional que acabará por reduzir a vulnerabilidade do continente aos choques externos », sublinhou Elhiraika.
O WESP indica que África vai desafiar a desaceleração económica mundial em 2013 e, segundo as previsões, a maior parte dos países terão um crescimento muito mais forte do que a média mundial.
« Apesar da desaceleração económica mundial, a taxa de crescimento económico de África (exceto a Líbia) registará uma progressão visível em 4,5 porcento em 2013, comparativamente a 3,4 porcento em 2012. A tendência em alta deverá continuar em 2014, com um crescimento de 5,0 porcento», nota o relatório anual elaborado pelo Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais, pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) e pelas comissões regionais da ONU.
Segundo o WESP, o aumento dos laços comerciais e de investimento entre África e as economias emergentes e em desenvolvimento era suscetível de atenuar o impacto dos choques negativos resultantes da recessão na Europa.
O aumento da diversificação nos serviços, nas telecomunicações, na construção e noutros setores não primários, nomeadamente as fábricas, contribuem igualmente para as perspetivas de crescimento positivo de África a médio prazo.
O relatório sublinha que a descoberta recente de petróleo em vários países africanos, se for bem gerida, poderá constituir oportunidades únicas de crescimento acelerado e de desenvolvimento.
Apesar de os países exportadores de petróleo parecerem ter mais sucesso em termos de crescimento do rendimento médio do que os países não exportadores de petróleo, o relatório notou que o crescimento relativamente elevado em todos os países exportadores de petróleo não deu os resultados previstos.
« As enormes receitas de petróleo não estimularam de forma quantificável o Produto Interno Bruto (PIB) per capita em vários países », indicou o relatório, citando o exemplo da Nigéria, que exportou 700 biliões de dólares americanos de petróleo entre 1980 e 2010, e cujo PIB per capita está apenas acima da média africana.
Apesar de ter um dos mais altos PIB per capita em África, a Guiné Equatorial está classificada na 136ª posição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, enquanto o Quénia, com um rendimento per capita inferior a um décimo do da Guiné Equatorial, ocupa o 143º lugar.
« Isto demonstra a má gestão ou a concentração significativa da riqueza petrolífera », denuncia o relatório.
Em 2012, o Quénia tornou-se no último país a registar novas descobertas de petróleo em África, depois de outras anunciadas precedentemente no Gana, na Serra Leoa e no Uganda.
-0- PANA AR/SEG/AKA/AAS/TON 26jan2013
"As grandes empresas dos países industrializados extraem recursos minerais de África, mas as suas atividades não têm nenhuma relação com a economia nacional", afirmou o chefe da Seção de Análise Macroeconómica da CEA, Adam Elhiraika.
Ele declarou a jornalistas durante o lançamento do relatório regional sobre "Situação e Perspetivas da Economia Mundial de 2013 (WESP)" que "os países africanos não podem contar com as agências da ONU nem como o mundo exterior para garantir que as vantagens acumuladas a partir dos seus recursos minerais e outros recursos naturais se reflitam na melhoria das condições de vida do seu povo".
O responsável da CEA apelou aos Governos africanos para cessar a produção e a exportação de produtos brutos de baixos preços.
« Pedimos-lhes para transformar as matérias-primas, pois desta forma podemos diversificar as economias africanas, criar mais empregos para os Africanos e aumentar o comércio intra-regional que acabará por reduzir a vulnerabilidade do continente aos choques externos », sublinhou Elhiraika.
O WESP indica que África vai desafiar a desaceleração económica mundial em 2013 e, segundo as previsões, a maior parte dos países terão um crescimento muito mais forte do que a média mundial.
« Apesar da desaceleração económica mundial, a taxa de crescimento económico de África (exceto a Líbia) registará uma progressão visível em 4,5 porcento em 2013, comparativamente a 3,4 porcento em 2012. A tendência em alta deverá continuar em 2014, com um crescimento de 5,0 porcento», nota o relatório anual elaborado pelo Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais, pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) e pelas comissões regionais da ONU.
Segundo o WESP, o aumento dos laços comerciais e de investimento entre África e as economias emergentes e em desenvolvimento era suscetível de atenuar o impacto dos choques negativos resultantes da recessão na Europa.
O aumento da diversificação nos serviços, nas telecomunicações, na construção e noutros setores não primários, nomeadamente as fábricas, contribuem igualmente para as perspetivas de crescimento positivo de África a médio prazo.
O relatório sublinha que a descoberta recente de petróleo em vários países africanos, se for bem gerida, poderá constituir oportunidades únicas de crescimento acelerado e de desenvolvimento.
Apesar de os países exportadores de petróleo parecerem ter mais sucesso em termos de crescimento do rendimento médio do que os países não exportadores de petróleo, o relatório notou que o crescimento relativamente elevado em todos os países exportadores de petróleo não deu os resultados previstos.
« As enormes receitas de petróleo não estimularam de forma quantificável o Produto Interno Bruto (PIB) per capita em vários países », indicou o relatório, citando o exemplo da Nigéria, que exportou 700 biliões de dólares americanos de petróleo entre 1980 e 2010, e cujo PIB per capita está apenas acima da média africana.
Apesar de ter um dos mais altos PIB per capita em África, a Guiné Equatorial está classificada na 136ª posição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, enquanto o Quénia, com um rendimento per capita inferior a um décimo do da Guiné Equatorial, ocupa o 143º lugar.
« Isto demonstra a má gestão ou a concentração significativa da riqueza petrolífera », denuncia o relatório.
Em 2012, o Quénia tornou-se no último país a registar novas descobertas de petróleo em África, depois de outras anunciadas precedentemente no Gana, na Serra Leoa e no Uganda.
-0- PANA AR/SEG/AKA/AAS/TON 26jan2013