Imprensa nacional e estrangeira convidada a ser "mais responsável" no Mali
Bamako, Mali (PANA) - A Casa da Imprensa do Mali (CIM) declarou ter tomado nota da decisão do Governo de transição de suspender as transmissões da RFI e da France 24, em território maliano, e convidou a imprensa nacional e estrangeira a uma maior responsabilidade.
Num comunicado de imprensa, a CIM diz esperar que essa decisão sem precedentes esteja de acordo com as leis e regulamentos em vigor, no Mali, em particular as normas da Alta Autoridade de Comunicação (HAC), enquanto órgão regulador da imprensa no país.
Apelou a todos os meios de comunicação social nacionais e estrangeiros para assumirem uma maior responsabilidade e trabalharem para apoiar as forças de defesa e segurança malianas na "nobre luta contra o terrorismo".
O Centro assegurou que continua determinada a defender a liberdade de imprensa no quadro dos interesses superiores do Mali.
Na quarta-feira, o Governo do Mali anunciou ter dado início ao processo de suspensão, até nova ordem, das transmissões da imprensa francesa no seu território.
Num comunicado de imprensa assinado pelo ministro maliano da Administração Territorial e porta-voz do Governo, coronel Abdoulaye Maiga, a imprensa francesa é acusada de transmitir "falsas alegações" de abusos cometidos pelas Forças Armadas Malianas contra civis, violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário.
Quinta-feira, a ministra das Comunicações do Mali, Harouna Toureh, reuniu-se com as organizações profissionais de comunicação do Mali, para lhes explicar as razões que motivaram a suspensão daqueles órgãos de comunicação franceses.
Haroun Toureh exortou os meios de comunicação nacionais a abster-se de transmitir informações que possam prejudicar a "mobilização do povo e o moral das forças de defesa e segurança malianas empenhadas na linha da frente para defender as populações".
A partir desta sexta-feira, a RFI e a France 24 deixaram de ser acessíveis no Mali.
-0- PANA GT/JSG/MAR/IZ 18março2022
