370 refugiados burundeses repatriados da Tanzânia
Bujumbura, Burundi (PANA) - Cerca de 370 refugiados burundeses, na Tanzânia, regressaram ao seu país terça-feira com o apoio logístico do Alto Comissariado da Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), onde se instalaram após a violência que marcou a crise eleitoral de 2015, no Burundi, informou a rádio pública.
Foram acolhidos à fronteira entre os dois países pelo assistente do ministro do Interior, Tharcice Niyongabo, que lhes prometeu apoio para os primeiros três meses, incluindo pacotes alimentares e não alimentares e cuidados de saúde gratuitos.
Os repatriados também poderão registar-se para participar nas próximas eleições gerais, em 2020, para as quais os cadernos eleitorais já estavam encerrados, desde 2017.
Niyongabo instou os repatriados a testemunharem "a paz e a segurança restabelecidas", a fim de encorajar outros Burundeses que ainda hesitavam em regressar à casa.
De acordo com a última contagem do ACNUR, o Burundi tinha, em finais de fevereiro passado, 347 mil refugiados nos países vizinhos, principalmente na Tanzânia e, em menor grau, na República Democrática do Congo, no Rwanda e no Uganda.
Desde setembro de 2017, a Agência Especializada das Nações Unidas informa que o número de refugiados burundeses diminuiu 20 pontos percentuais, principalmente devido à continuação do processo de repatriamento, que permitiu que cerca de 60 mil refugiados burundeses retornassem voluntariamente ao país.
Mas devido à falta de financiamento para o transporte na Tanzânia, o processo de repatriamento abrandou, desde início de 2019, de acordo com a mesma fonte.
No início deste ano, o ACNUR e 35 dos seus principais parceiros lançaram um apelo humanitário conjunto a favor dos refugiados burundeses, no valor de 296 milhões de dólares americanos.
Em 2018, foram recolhidos apenas 35 porcento dos 391 milhões de dólares solicitados, segundo dados do ACNUR, que falam em "uma das crises humanitárias mais esquecidas do mundo", no caso do Burundi.
-0- PANA FB/JSG/CJB/IZ 16abril2019