África precisa de ligações mais fortes entre ciência e agronegócio, diz UA
Burban, África do Sul (PANA) - O continente africano precisa de ligações mais fortes entre a ciência, inovação e agro-negócio, para que se consigam criar sistemas alimentares resilientes, capazes de resistir a futuros choques. defendeu esta quarta-feira a comissária da Uniao Africana (UA), Josefa Correia Sacko.
De acordo com um comunicado oficial, a diplomata falava na cerimónia de abertura da Semana Africana do Agronegócio e da Ciência em Durban, na África do Sul.
Nessa ocasião, a comissária da UA para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável referiu que a integração de práticas agrícolas inteligentes, em termos climáticos, tirando partido das tecnologias digitais e implementando sistemas eficazes de alerta precoce, constitui um poderoso reforço para a capacidade de adaptação dos sistemas alimentares.
"A ciência sempre foi o alicerce do progresso e a agricultura não é exceção. O investimento na investigação científica e a aplicação de tecnologias avançadas foram a base da revolução verde que passou ao lado de África”, regozijou-se.
Defendeu "uma cultura de inovação” para "desbloquear novas oportunidades e encontrar soluções criativas para problemas de longa data.”
Fez saber que há a necessidade de se aproveitar a ciência e a tecnologia à grande escala para enfrentar desafios específicos dos agricultores africanos, como as alterações climáticas - uma vez que cerca de 80 por cento da agricultura são alimentados pela chuva -, as culturas resistentes à seca, as raças de gado resistentes a doenças e práticas agrícolas sustentáveis.
Por outro lado assegurou que incentivar o empreendedorismo e apoiar empresas em fase de arranque e pequenos agricultores, pode levar ao desenvolvimento de novas técnicas agrícolas, sistemas de irrigação eficientes e métodos de transformação de valor acrescentado.
Segundo ela, centros de inovação, incubadoras e plalataformas de partilha de conhecimentos podem servir de catalisadores para a colaboração, permitindo às partes interessadas aprenderem umas com as outras e contribuam coletivamente para o crescimento do agronegócio.
Aproveitou a ocasião para expressar a colaboração estabelecida entre o Conselho Empresarial da União Africana (AfBC) e o Fórum para Pesquisas Agrícolas em África (FARA) a fim de reforçar as parcerias e ligar a ciência, a inovação e o agronegócio para se conseguir obter sistemas alimentares resilientes e impulsionar o comércio intra-África no contexto dos Agro-Parques Africanos Comuns (CAAP, sigla em inglês).
-0- PANA JF/DD 7junho2023