Comissão da União Africana preocupada com "grave crise" no Mali
Bamako, Mali (PANA) - O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, declarou-se "seriamente preocupado com a grave crise" prevalecente, no Mali, desde as manifestações populares de 5 de junho último, segundo um comunicado da organização continental chegado à PANA, em Bamako.
Moussa Faki Mahamat, que saudou todavia a natureza pacífica destas manifestações, até agora, encorajou "vivamente" todos os intervenientes a evitarem qualquer recurso à violência, independentemente da sua forma.
O comunicado precisa que o presidente da Comissão insta as partes a trabalharem em conjunto com vista a encontrarem soluções consensuais para pôr termo à crise, tendo em conta as aspirações do povo maliano e as suas forças vivas.
No que respeita aos esforços de saída da crise já em curso, Moussa Faki Mahamat manifestou o seu apoio aos esforços da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e assegurou a plena solidariedade da União Africana para dar expressão concreta ao apoio de África ao Governo e ao povo malianos nesta fase crucial da sua história, concluiu o documento.
A CEDEAO enviou emissários, de 18 a 20 de junho corrente, para se inteirar da situação prevalecente no Mali e propor uma saída para a crise.
No final desta missão da iniciativa do atual presidente da organização sub-regional e chefe de Estado nigerino, Mahamadou Yssoufou, várias recomendações foram feitas, incluindo a organização de eleições legislativas parciais nos círculos eleitorais onde a votação teria sido alegadamente manipulada pelo Tribunal Constitucional, segundo vários partidos políticos que se sentiram lesados e defendem a necessidade de diálogo entre os vários atores da crise no país.
Em 5 e 19 de junho, milhares de manifestantes, a convite dos partidos políticos e das organizações da sociedade civil, reuniram-se na Praça da Independência de Bamako, no âmbito de uma marcha pacífica para denunciar a "má governação" e a "má gestão das crises" (segurança, política, económica e social), no Mali", e exigir a demissão imediata do Presidente maliano, Ibrahim Boubacar Kéita.
-0- PANA GT/JSG /DIM/IZ 23junho2020