Aflatoxinas são barreira para agricultores em África, diz perito
Luanda, Angola (PANA) - Aflatoxinas provaram que são uma barreira importante que impede aos agricultores africanos de acessarem aos mercados, especialmente para venderem suas matérias-primas, dalertou um programador sénior ao serviço da Parceria para o Controlo de Aflatoxina em África (PACA, sigla em inglês) sob a tutela da União Africana (UA).
Wezi Sambo deu este alerta durante um seminário sobre infeções múltiplas por aflatoxina decorrido de 11 a 12 de setembro corrente em Lilongwe, a capital do Malawi.
Avisou que as aflatoxinas provaram que são uma barreira importante que impede aos agricultores africanos de acessarem aos mercados, especialmente para venderem suas matérias-primas.
"As commodities (matérias-primas em inglês) atendem aos regulamentos e padrões internacionais, regionais e locais que regem o comércio agrícola e a segurança alimentar", defendeu Sambo, alertando que "a ocorrência generalizada de aflatoxinas pode prejudicar a integração regional e o estabelecimento de áreas continentais de livre comércio de produtos agrícolas."
Segundo ela, as mesmas toxinas contribuem para grandes perdas pós-colheita em muitas culturas, contribuindo ainda mais para a insegurança alimentar e a recessão económica em África.
Na maioria dos países africanos, o amendoim é uma cultura importante usada de várias maneiras, um alimento básico e uma cultura comercial. ressaltou.
Indicou que a sua produção, marketing e comércio são uma importante fonte de empregos e divisas, já que, frisou, muitos pequenos agricultores são altamente dependentes da produção de amendoim que gera 60 por cento da renda rural.
O objetivo deste fórum realizado em Lilongwe é analisar a situação atual, aprimorar e capacitar os países membros da região leste e sul de África, a fim de harmonizarem ações de inspeção a produtos e solucionarem pontos fracos existentes e contribuírem para a segurança dos alimentos, de acordo com o mesmo perito.
Nele participaram especialistas da região do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), bem como da África Ocidental, que, nessa ocasião, analisaram o estado atual dos testes de micotoxinas e aflatoxinas para desenvolverem práticas nesta região tripartite, bem como os impactos dos mesmos produtos no continente.
Também escrutniaram questões atinentes à estrutura de reconhecimento mútuo do COMESA para a avaliação de conformidade e controlo de testes de proficiência nesta matéria.
Os protocolos e testes de aflatoxina para milho e amendoim, incluindo planos de amostragem, preparação analítica e níveis máximos, também figuraram no programa discutido durante o encontro no Malawi.
Os especialistas dessas regiões, preocupados com a exposição e a vulnerabilidade do continente, analisaram o nível máximo de aflatoxina para África, os padrões internacionais, fortalecendo o conceito de reconhecimento mútuo para a implementação do princípio "um padrão, um teste e um certificado."
As aflatoxinas são metabolitos fúngicos altamente tóxicos, produzidos por certas cepas de aspergillus flavus (espécie muito raramente patogénica para o homem), relacionados com cereais, nozes e sementes oleaginosas, e que podem contaminar naturalmente vários alimentos e afetar negativamente a saúde humana e animal.
Esses vírus também estão associados ao atraso no crescimento de crianças e a infeções oportunistas, como a aspergilose (colonização do trato respiratório) e alergias respiratórias capazes de causar um cancro em humanos.
A África do Sul é o maior produtor de milho no continente, com 14.300.000 toneladas produzidas anualmente, referiu.
Avisou que essas duas culturas (milho e amendoim) são extremamente vulneráveis às aflatoxinas.
Um estudo recente, realizado pela PACA, revela que uma contaminação do milho por altos níveis de aflatoxina foi relatada em toda a África.
Notavelmente, 55 por cento das 350 amostras de milho recolhidas no Quénia em 2004 apresentaram níveis de aflatoxina acima de 20 PPB (concentração máxima permitida para aflatoxinas em alimentos).
Uma outra pesquisa separada da PACA afirma que, de 1.371 amostras de amendoim encontradas num entreposto no Mali, 95 por cento continham aflatoxina.
Além disso, o estudo mostrou que a proporção de amostras de amendoim, que excederam o limite regulamentar, variou entre 30 por cento e 100 por cento em todo o país.
O relatório recomendou que fossem estabelecidos protocolos adequados de amostragem e testes em todos os países africanos para se garantir que produtos seguros sejam importados e exportados.
-0- PANA JF/DD 21setembro2023