Relações novamente tensas entre Mauritânia e Marrocos, diz imprensa
Nouakchott, Mauritânia (PANA) - As relações entre a Mauritânia e Marrocos estão novamente tensas, na sequência do conflito entre este segundo e a frente Polisario, braço armado do Sará Ocidental, informou a imprensa mauritana.
"Essahraa", um jornal, mencionou uma conversa telefónica entre Sua Majestade Mohamed VI de Marrocos e o Presidente mauritano, Mohamed Cheikh El Ghazouani "que se entenderam para trocar visitas recíprocas, cujas datas serão fixadas mais tarde."
"El Wiam" anuncia "a próxima visita à Mauritânia da Sua Majestade o Rei Mohamed VI" enquanto "TAQADOUM" deu o teor "de uma consulta telefónica na cimeira entre Sua Majestade o Rei Mohamed VI e o Presidente Mohamed Cheikh El Ghazouani, que disseram constatar, com satisfação, o desenvolvimento rápido da cooperação."
Se há tensão entre os dois países, esta pode dever-se à posição da Frente Polisario, em Gueguerrat, no sul do Sará Ocidental, na fronteira com a Mauritânia.
Rebeldes desta frente impedem desde o início de novembro corrente, carros provenientes de Marrocos, de passar por Gueguerrat, difultando assim tansações comerciais entre este país e a Mauritânia.
O conflito entre Marrocos e a frente Polisario remonta ao ano 1975 quando a Espanha, então potência colonial, abandonou o Sara Ocidental.
Marrocos ocupou o território anexando-o ao seu.
Apoiada discretamente pela Argélia e, um pouco antes pela Mauritânia, a Frente Polisario combate Marrocos para reivindicar a soberania do Sara Ocidental.
A imprensa mauritana também mencionou um inquérito preliminar, em curso há vários meses, sobre alegados atos de corrupção durante a década de reinado do ex-Presidente mauritano, Mohamed Ould Abdel Aziz (2008-2019), em que estão implicadas 300 personalidades, seus parentes e antigos membros do Governo.
Por sua vez, o semanário "Le Calame" emitiu dúvidas sobre esta investigação, por presunção de inoncência, sobre a alegada corrupção na era do presidente Mohamed Ould Abdel Aziz.
Este jornal considerou "estranho" o desenvolvimento no caso que diz respeito à adjudicação de mais de 110 contratos públicos em violação das regras, durante aquela época.
"A comissão parlamentar trabalhou durante seis meses neste caso. Foi encaminhado para o Ministério Público que verificou a sua forma correta. Depois acabou nas mãos da polícia encarregada dos crimes económicos e financeiros. Mas interroga-se sobre o epílogo deste processo. O chamado dossiê da corrupção vai morrer de morte natural", escreveu o mesmo jornal.
-0- PANA SAS/IS/DIM/DD 21novembro2020